PS-M quer que a viticultura seja valorizada com incentivos aos produtores

O PS-M considera fundamental a adopção de políticas que valorizem a viticultura regional, de modo garantir a sustentabilidade do sector e acabar com as constantes incertezas dos produtores, quer em relação ao escoamento das uvas, quer em relação aos preços que são praticados, refere uma nota dos socialistas.

O respectivo presidente, Sérgio Gonçalves, que hoje visitou a Festa da Uva e do Agricultor, que decorre na freguesia do Porto da Cruz, considera que as tradições associadas às vindimas e o reconhecimento do vinho Madeira não têm conseguido poupar os produtores de uvas à incerteza das colheitas, agravada actualmente pelos eventos climatéricos adversos cada vez mais frequentes, pelas pragas e doenças e, nos últimos anos, pela dúvida constante no escoamento da produção que se eterniza até ao início da colheita, por falta de garantias e de valorização das uvas que compense o custo de as produzir.

Na perspectiva do presidente do PS-M, é necessário que o Governo Regional assuma a importância da produção de vinha, nomeadamente na paisagem madeirense e na manutenção do território rural ocupado, compreender os problemas dos produtores, definir uma estratégia de valorização da produção e negociar soluções articuladas entre todos os agentes do sector, que podem e devem passar não só pela reprogramação dos apoios de acordo com o caminho que for decidido traçar para o futuro, mas, sobretudo, por medidas que incentivem a manutenção da área de vinha.

Na ocasião, Sérgio Gonçalves não escondeu a sua preocupação em relação aos números que evidenciam uma diminuição da cultura da vinha.

De acordo com os dados oficiais do último recenseamento agrícola, os terrenos com vinha diminuíram 36%, passando de uma área de 1.131,2 hectares em 2009 para 719,0 hectares em 2019. Conforme constata, a quebra não resulta apenas da reestruturação do sector da vinha e do vinho, mas é consequência também da pressão urbana que ameaça os solos produtivos, que deviam ser protegidos e não são, e ainda do preço das uvas pago ao produtor, que não compensa os custos do trabalho do campo.

Lembra o responsável que o PS tem vindo a defender a adaptação à Madeira da reserva agrícola nacional, para condicionar o avanço da construção sobre os solos férteis e travar o abandono da agricultura. Contudo, lamenta que esta seja uma medida que o Governo Regional rejeita há mais de 10 anos, apesar de constar como recomendação do novo Programa Regional de Ordenamento do Território da RAM.

O presidente dos socialistas madeirenses defende igualmente a actualização do preço a pagar por kg de uva, para fazer face ao aumento exponencial dos custos de produção, e outros incentivos à manutenção das vinhas nas freguesias da Madeira onde a cultura é tradicional, de modo a manter os costumes e a paisagem típica dessas localidades.

O responsável espera que outras propostas para a agricultura apresentadas pelo Grupo Parlamentar do PS, que abrangem de forma transversal todos os agricultores e que os apoiam por determinados serviços que prestam, nomeadamente ambientais, de manutenção da paisagem e das culturas tradicionais madeirenses, sem os discriminar pela falta de dimensão e viabilidade económica, sejam aprovadas e beneficiem também os viticultores.