Quercus alerta para limpeza de terrenos e prevenção de incêndios

O Núcleo Regional da associação ambientalista “Quercus” veio alertar para a necessidade de prevenir incêndios também na Região. Numa altura em que Portugal tem sido assolado por fogos florestais com graves consequências em termos de perda de vidas humanas, destruição de habitações, património natural e culturas agrícolas, há que tomar consciência, também, da vulnerabilidade da Madeira.

Porque na RAM, como no continente, uma parte do território rural encontra-se abandonada porque muita gente jovem foi viver para fora do local onde nasceu.

“Como se isso não bastasse, os que decidiram ficar optaram por uma actividade profissional que não a agricultura, permanecendo os terrenos incultos e cheios de mato, que rodeia inclusivamente as próprias habitações”, salienta esta agremiação.

“É muito importante que todos nós tenhamos a noção de que quando os arredores das nossas casas, palheiros e outros imóveis se encontram limpos de mato, em caso de incêndio, os bombeiros podem concentrar-se a apagar o fogo, visto os bens materiais se encontrarem a salvo. Não podemos ficar indiferentes a tamanha destruição causada pelos fogos. Evitar os fogos florestais e rurais é uma obrigação de todos nós. Limpar os terrenos é essencial e as autarquias e o próprio governo regional deve apoiar os cidadãos nessa tarefa. É igualmente fundamental não fazer queimadas e fogueiras, sobretudo quando o tempo está quente e seco”, apela a Quercus.

Conforme acrescenta ainda, uma parte significativa da área ardida nos últimos grandes incêndios que assolaram a Madeira encontra-se novamente coberta por eucaliptos, acácias, tabaqueiras, silvado, giestas.

“É urgente substituir estas plantas por plantas autóctones mais resistentes aos fogos – faias, loureiros, tis, barbusanos – e outras que possam dar rendimento a mais curto prazo aos seus proprietários. A opção pelas fruteiras é assertiva e, de acordo com o local, deverão ser cultivadas as mais adequadas: nos locais mais frescos árvores como as nogueiras, castanheiros, pereiros, ameixieiras; nos locais mais quentes plantas como os abacateiros, mangueiros, papaieiras”, recomenda.

“Retomar o cultivo dos terrenos agrícolas é essencial para a prevenção dos fogos rurais e para a nossa autonomia alimentar. As alterações climáticas estão aí, assim como uma guerra na Europa e um mundo cada vez mais instável. Todos temos de ser responsáveis”.