Entrevista: Baixar o preço dos combustíveis não passa por redução do ISP e fixação semanal de preços vai continuar

Fotos Rui Marote

Pelo menos desde janeiro de 2021 que o preço dos combustíveis não pára de aumentar na Madeira.

Para o Secretário Regional das Finanças, o problema é mais dos mercados internacionais e menos do Imposto Sobre Produtos Petrolíferos (ISP).

“A tributação, na Região, é mais baixa do que a que existe no continente”, afiançou.

Rogério Gouveia atribui a culpa dos combustíveis caros a “alguma instabilidade do acordo da OPEP que provocou o aumento substancial do preço da matéria prima e do barril de brent, que é a nossa referência”.

Segundo o governante, a retoma económica e o maior consumo de combustíveis dá maior visibilidade ao problema.

“Enfrentármos o problema com uma redução dos impostos não me parece que seja razoável até porque o foco atual é diversificar/deslocalizar o consumo para os combustíveis não fósseis”, explicou.

E é nesse sentido que o Governo Regional tem incentivado na aquisição de viaturas elétricas. “É um programa com enorme sucesso”, disse. O caminho é esse tanto para viaturas particulares como para frotas/transportes públicos.

Aliás, as gasolineiras começam a arrepiar caminho, oferecendo ao consumidor alternativas de abastecimento… eléctrico.

Para Rogério Gouveia o ambiente agradece se mudármos comportamentos de consumo e repensármos a formas como nos deslocámos.

Relativamente à fixação administrativa semanal do preço dos combustíveis na Madeira, Rogério Gouveia afirmou que continua a fazer sentido tal fixação que deixou de ser quinzenal para ser semanal.

“Como estamos numa Região insular não temos os eventuais benefícios, que existem no continente ou na Península Ibérica, da introdução de combustíveis lowcoast”, justificou.

Ainda assim, Rogério Gouveia garantiu que os despachos semanais não são para agradar às gasolineiras mas antes tendo em conta os mercados de referência da Europa.

“Conseguimos manter, aqui, os preços abaixo daqueles que são, em média, praticados no território continental”, concluiu.