Maira Caires é uma jovem madeirense talentosa. Recém licenciada em medicina, é também uma exímia dançarina de danças de salão com participações e distinções nacionais e internacionais. Fez oi curso de medicina, sempre a dançar, em Portugal e no estrangeiro, com um talento reconhecido, assim como o seu par, o jovem Bernardo Venceslau.

Neste momento, interna de formação geral, prestes a escolher a especialidade médica que ainda não discerniu, continua sempre a conciliar a medicina com a dança que diz ir “muito bem, sempre numa constante aprendizagem e evolução”.

Este binómio da medicina com a dança tem as suas complexidades. Um trabalho exigente que a própria Maira testemunha nestes termos: “Não é fácil conciliar a dança com a vida profissional, seja qual for a profissão. Se com os estudos já era complicado, com o trabalho, principalmente quando tenho urgências, é uma tarefa hercúlea por vezes. Mas sempre me ensinaram que, quem quer arranja maneira, por isso a chave do sucesso é mesmo organização e flexibilidade, não treino num dia, tenho de compensar noutro. Isso, e rodear-me de pessoas que percebem a minha paixão e só querem o melhor para mim”.

Numa terra tão pequena como a Madeira, os ventos de projeção não são fáceis aos apaixonados da dança. Mas a paixão é mais forte e supera barreiras, como salienta Maira Caires: “Há futuro na Madeira na dança de salão? Há! O início da minha formação de dança foi na ilha, na Prestige Dance com a Professora Oksana. E se há 14 anos atrás a Prestige já formava campeões nacionais, hoje em dia não é exceção. Alem disso, com o evoluir das tecnologias, é possível continuar a ter formação para evoluir a nossa dança sem precisar de sair de casa. Outra coisa que sempre achei importantíssimo na Professora Oksana é o amor que ela nos incute por esta arte e isso é, sem dúvida, um dos principais pilares para ter sucesso e assegurar o futuro da dança na Madeira”

Maira Caires e o seu par, Bernardo Venceslau, têm participado em eventos internacionais. Mas a pandemia travou muita coisa. “O ano passado fomos convocados para pertencer à Seleção Nacional na categoria de Clássicas e 10 Danças e iríamos competir nos Campeonatos do Mundo e da Europa e na Taça do Mundo e da Europa das respetivas categorias, mas infelizmente depois o mundo parou e não tivemos a oportunidade de representar o nosso país”.

Neste momento, Maira e Bernardo preparam-se  para aquela que é a sua competição principal, o Campeonato Nacional das 10 Danças. Há muita esperança no futuro e muita garra. “No Campeonato Nacional deste ano fomos finalistas da categoria de latinas e medalha de bronze em clássicas. Mas tenho a dizer que o maior prémio foi ter conseguido ultrapassar esta fase difícil para todos. Houve imensas parcerias de dança que acabaram, vários dançarinos que desistiram. Mas nós continuamos! E mais seguros do que nunca que o caminho passa por continuar a dançar”.