Barreto diz que os números falam por si: 17 programas de apoio à economia, no valor de 232 milhões de euros, que seguraram 67 mil trabalhadores

Balanço a 2 anos no governo: “Focado, realizado e humanista”. Fotos FN.

Rui Barreto está à frente da Secretaria Regional da Economia há dois anos, numa ascensão histórica do CDS-PP ao Governo Regional, coligado com o PSD. Em entrevista ao FN, o secretário não se deslumbra com o “passaporte” governativo. No seu gabinete, na verdejante e bela Quinta Vila Passos, habituou-se a navegar com os números e a fazer as contas diárias da Região. Já o fazia nas suas lides no setor empresarial, mas agora a fasquia é naturalmente mais alta. Confessa que é “a mesma pessoa”. Apesar da exigência das funções governativas, acumuladas com a liderança do CDS.

O secretário regional assume que leva as coisas “muito a sério, com grande responsabilidade, coesão no governo e sentido de serviço. Não perde o sorriso. Mas é visível a seriedade e preocupação que coloca nos dossiers que tutela. O motivo é só um: “A minha primeira resposta são os 250 mil madeirenses. Depois o partido”.

Convidado a resumir em três adjetivos a mudança na sua vida com a entrada no Governo, replica nestes termos: “Totalmente focado, realizado, porque todo o trabalho árduo que esta equipa do governo produziu permitiu alcançar resultados que estão â vista. Além disso, esta pandemia trouxe-nos uma capacidade de sermos ainda mais humanistas ou altruístas. Temos de ter a preocupação de chegar a todos e perceber a realidade de cada um, neste caso, as nossas empresas, onde estão pessoas que são os trabalhadores. Diria que me sinto focado, realizado e humanista”.

Depois da novidade da entrada do então líder do CDS-PP para o Governo Regional, a principal “pedra no sapato” do secretário foi “a pandemia” que assolou o mundo. “Iniciei funções com otimismo. Sou um otimista por natureza. Havia um sentimento no governo muito positivo dos agentes económicos. Poucos meses depois fomos assolados pela pandemia. O nosso programam de governo sofreu alterações dadas as circunstâncias. Virou-nos a vida do avesso, tivemos que trabalhar muito rápido para acudir com um conjunto de respostas à economia. Ao final de ano e meio, através da Secretaria abrimos 17 programas de apoio à economia, no valor global de 232 milhões de euros, o que permitiu aguentar 67 mil postos de trabalho. Os dados económicos revelam que as medidas que o Governo implementou produziram resultados positivos.”

 

Também é “a pandemia” o que lhe tira o sono. Dorme bem. Mas a pandemia foi e é algo dramático. O secretário e a sua equipa não tiveram descanso. “Foram dias a fio a trabalhar, incluindo fins de semana e feriados, para podermos colocar em prática as medidas de apoio à nossa economia, medidas que tinham que ser para ontem. Há relatos e situações que nos chegam, e não somos pessoas desprovidas de sentimentos nem da realidade; andamos na rua, ouvimos as pessoas e os seus dramas. Mas acho que demos uma prova de grande resistência, grande capacidade de adaptação. De facto, o madeirense é feito de uma fibra extraordinária.”