Sofia Canha diz que GR usa o FEAS para propósitos eleitoralistas

A deputada socialista Sofia Canha acusou ontem Governo Regional de fazer eleitoralismo na Calheta, à custa do Fundo de Emergência para Apoio Social (FEAS).

A também vereadora e recandidata à Câmara Municipal da Calheta questionou o facto de o Executivo colocar uma entidade externa ao concelho como promotora deste programa – a Associação de Desenvolvimento da Costa Norte (ADENORMA) – ultrapassando mesmo a Santa Casa da Misericórdia da Calheta, que classifica como “profunda conhecedora da realidade local”.

Sofia Canha recordou que a génese do FEAS está na resposta aos impactos sociais e financeiros da pandemia nas famílias, sendo que na Calheta a entidade parceira escolhida, em 2020, para selecção, processamento e atribuição do Fundo foi a Santa Casa da Misericórdia da Calheta, enquanto entidade de reconhecido valor e implantada num concelho com carências de diversa ordem.

Contudo, com surpresa, a parlamentar adianta que a Calheta passou a ter outra entidade promotora para gerir o II FEAS, a ADENORMA, tendo mesmo a Santa Casa da Misericórdia da Calheta, “que tem um conhecimento profundo do concelho e uma larga experiência no apoio social, sobretudo aos mais idosos, ficado em segundo lugar nas candidaturas à gestão do Fundo”.

“Se a ADENORMA não tem presença física no concelho, como vão operacionalizar a receção das candidaturas e o processamento das mesmas? Irão fazer parcerias com outras instituições controladas pelo PSD para, em ano de eleições, fazerem a política habitual da caridade? Irão contratar pessoas para o efeito, ou irão recorrer ao programa de ocupação temporária do Instituto de Emprego?”, interrogou Sofia Canha.

A candidata socialista à autarquia calhetense pergunta ainda se o Executivo terá decidido abrir outras candidaturas na Calheta “por não controlar politicamente a Misericórdia da Calheta, entidade independente e isenta, e assim fazer entrar a ADENORMA, cujo presidente é o adjunto do Dr. Miguel Albuquerque, Medeiros Gaspar”.