CDU acusa a direita de querer apagar direitos fundamentais

A CDU levou hoje a cabo uma iniciativa política comemorativa do 25 de Abril na Praça do Povo, no centro do Funchal. Entre outros momentos de invocação simbólica dos valores de Abril, houve uma intervenção política proferida pelo coordenador regional do PCP, Edgar Silva,
Na intervenção, Edgar Silva apontou factores que hoje roubam as razões de esperança num futuro e numa vida melhor, salienta a CDU. No entanto, apesar das políticas que provocam o aumento das desigualdades sociais e da injustiça, apesar das novas formas de agravamento da exploração, de usurpação da liberdade e de retrocesso na vida democrática, munidos dos valores e ensinamentos que a Revolução de Abril comporta, disse Edgar Silva, “é possível recriar a esperança do povo na luta por um futuro de confiança”.
Este responsável partidário sublinhou que a comemoração deste ano acontece “quando tanta gente sente tremendas dificuldades, experimenta a dificuldade em olhar com convicção para o futuro. Para tanta gente o futuro é visto agora mais como ameaça do que como esperança. Sentem-se os clamores da opressão e da exploração. As gritantes desigualdades sociais, que não param de crescer, tornam difícil a esperança de ABRIL para tantos homens e para tantas mulheres da nossa terra”.”Para tanta gente as esperanças da Revolução de Abril não se cumpriram. Muitos tiveram esperanças não cumpridas na Revolução de Abril. E, agora, neste tempo em que a injustiça se multiplica a cada canto, até a esperança está a ser expropriada ao povo. Até a esperança de uma vida melhor foi roubada ao povo desta terra”, denunciou.

Para a CDU, há desigualdades e opressões a acentuar-se. “Hoje, não para todos, mas para tanta gente, voltaram, os invernos, os postigos, as insónias, os pavores da fome, a luz dos medos, o torpor da noite, da morte, o ladrar dos cães, as horas agrestes, o desalento”.

“Sabemos como a direita não só tenciona tirar-nos as razões da esperança, como quer impor a usurpação de direitos sociais e laborais. Conhecemos como a direita se organiza na despudorada intenção de apagar direitos fundamentais, com a vontade de impor limitações aos direitos políticos e de limitação permanente à actividade política. Sabemos dos intentos da direita para impedir a actividade sindical nas empresas e locais de trabalho, para adiar as eleições, alterar as leis eleitorais e rever a própria Constituição. Na prática, as forças de direita renovam os antigos desígnios de subversão do regime democrático e dos valores de Abril”, queixou-se Edgar Silva.

Porém, concluiu, “unidos dos valores e ensinamentos que a Revolução de Abril comporta é possível recriar a esperança do povo na luta por um futuro de confiança”.