Cosmos denuncia “atentado ambiental” na Ribeira de São Jorge

A Cosmos – Associação de Defesa do Ambiente e Qualidade de Vida denuncia um atentado ambiental que considera estar a decorrer na Ribeira de São Jorge, com a extracção selvagem de inertes e grande blocos de basalto do seu leito.

“Até há bem pouco tempo, esta ribeira do norte da ilha estava relativamente imaculada, contornando naturalmente as suas águas cristalinas os seus verdejantes meandros no seu caminho em direção ao mar. Infelizmente, após várias queixas de populares a esta associação, viemos a confirmar no local, que as máquinas da construtora AFA estavam a retirar enormes quantidades de inertes deste canal e a transportá-los para os seus estaleiros nas proximidades. E segundo nos contou um cidadão morador na zona que denunciou este atentado à Guarda Nacional Republicana, em vez deste corpo militar atuar conforme dita a lei, foi pedir a sua identificação de uma forma ameaçadora, como se o “criminoso” fosse o denunciante”, afirma a Cosmos, representada neste comunicado pelo seu presidente, Dionísio Andrade.

“E como já suspeitávamos, as intensões criminosas desta empresa tem dois objetivos: primeiro, retirar todo o material deste curso-de-água sem pagar um tostão à região: segundo, ao meterem a maquinaria pesada no leito da ribeira, revolvendo e retirando todo o material inerte, estão deliberadamente a descalçar as margens e as cabeceiras desta ribeira, para futuramente poderem lucrar com a construção de muralhas e outras proteções”, acusa a Cosmos.

A Associação também condena veementemente a “passividade cúmplice da Secretaria do Ambiente, Recursos Naturais e Alterações Climáticas, não só por fechar os olhos a este verdadeiro atentado ambiental, mas também por consentir que as lamas e outros sedimentos resultantes desta atividade extrativa rapinadora poluam gravemente as águas da área protegida da Reserva Natural do Sítio da Rocha do Navio”.

Numa nota final, refere-se que este comunicado “foi enviado a todos os órgãos de comunicação social da região, excetuando o Diário de Notícias, porque este jornal tem repetidamente censurado e ocultado os nossos comunicados na sua edição impressa”.