PS-M espera alterações na especialidade ao Orçamento da RAM

O PS-M reuniu ontem a sua comissão política, saindo desta reunião a decisão de que o partido vai abster-se na votação na generalidade do Orçamento da Região Autónoma da Madeira (ORAM) para 2021, esperando que, na especialidade, a maioria possa também aprovar um conjunto de propostas que serão apresentadas pelos socialistas.

O assunto foi levado à reunião da Comissão Política Regional, precisamente tendo em vista analisar o ORAM para o próximo ano.

Paulo Cafôfo explicou que é “com sentido de responsabilidade e credibilidade”, num momento particularmente difícil da vida económica e social da Região, que propõe a abstenção no debate na generalidade. Espera que o PSD e o CDS também tenham a responsabilidade de aprovar, na especialidade, as medidas preconizadas pelo PS.

“Este não é o orçamento que o PS apresentaria, nem é o orçamento que a Região necessita”, disse Cafôfo, porque as medidas são insuficientes e estão aquém das necessidades.

O presidente socialista na RAM não encontra diferenças entre o ORAM para 2021 e o de 2020 Afirma que o Governo “não quer mudar nada”.

“Não há uma ideia de futuro”, referiu, acrescentando que, por essa razão, o PS-M quer ter uma postura positiva e crítica, até porque a sua função é de escrutínio da acção governativa, sublinha.

Mas garantiu, porém, que o PS nunca fará aquilo que o PSD e o CDS têm feito nas câmaras que são governadas pelo PS. “Basta olhar para o Funchal e vermos que a Câmara governou este ano de pandemia com um orçamento chumbado. Basta olhar para a Ponta do Sol e ver que o PSD chumbou o empréstimo para acudir às necessidades tão prementes nesta altura”, criticou.

Para Cafôfo, na presente fase, as medidas de apoio a fundo perdido às empresas são determinantes para que as mesmas se mantenham a funcionar e para que sejam mantidos os empregos. Referiu a propósito que têm de ser atendidas essencialmente as pequenas e médias empresas. Outra proposta do PS é a redução do IVA, “a qual se revela determinante, não só pela liquidez que isso dá às empresas, mas também pela poupança que pode significar para as famílias”.

Por outro lado, apontou as 91 mil pessoas em risco de pobreza. “Isto é significativo e, portanto, aquilo que tem de ser atendido numa situação como estas é o apoio, mas que possa capacitar. Nós queremos que esses apoios possam efectivamente chegar, mas sem esta questão da caridade ou de usar isso para comprar votos. Aquilo que precisamos é que as pessoas tenham dignidade e a criação de emprego é fundamental para dar essa dignidade”, defendeu.