Carlos Pereira pede maior atenção da TAP às comunidades

O cancelamento de vários voos da TAP, que está a afetar as comunidades portuguesas, fazendo com que muitos emigrantes não possam vir gozar férias ao seu país, motivou um requerimento do deputado do PS-Madeira à Assembleia da República Carlos Pereira ao ministro das Infraestruturas e Habitação, exigindo maior atenção por parte da companhia à diáspora.

Segundo uma nota de imprensa, nesta solicitação, que é também subscrita pelos deputados Paulo Porto Fernandes, Paulo Pisco e Lara Martinho, os socialistas colocam várias questões, a primeira das quais se a TAP está consciente de todas as perturbações que está a causar aos clientes que querem ir de férias a Portugal, muito particularmente aos portugueses residentes no estrangeiro, por causa do cancelamento e anulação de voos.

«Por que razão a TAP tem cancelado voos oriundos de aeroportos europeus, particularmente de França, Luxemburgo, Suíça ou Alemanha? Qual a dimensão da redução dos voos da TAP para os aeroportos de França, Luxemburgo, Suíça e Alemanha e quantos voos semanais agora existem para estes países?», perguntam.

Os parlamentares querem também saber se a companhia portuguesa encara a possibilidade de aumentar o número de voos, de modo a garantir as férias de verão aos portugueses residentes no estrangeiro e outros cidadãos que a procuram, qual é a política de reparação da empresa aos clientes que são prejudicados com o cancelamento/anulação dos voos e ainda qual a perspetiva de reinício das ligações para a Venezuela e a possibilidade de haver uma linha direta para a África do Sul, indo assim ao encontro de expetativas legítimas das comunidades portuguesas residentes nesses países.

Tal como adianta Carlos Pereira, pouco mais de meio ano após a notificação dos primeiros casos de covid-19, muitos portugueses residentes no estrangeiro tinham a expetativa de voar na TAP para gozar as suas férias no país, deslocando-se de avião por maior comodidade e menos risco, o mesmo acontecendo com muitos outros cidadãos estrangeiros.

Sendo esta a «companhia do coração dos portugueses residentes no estrangeiro» e continuando a ser «um verdadeiro símbolo nacional», colhendo a preferência da grande maioria dos nossos compatriotas, os socialistas consideram que «seria expetável que a TAP tivesse a maior atenção com todos os países onde existem fortes comunidades portuguesas, muito particularmente na Europa, por representarem um enorme potencial de clientes, assegurando para os aeroportos do continente, da Madeira e dos Açores a deslocação regular sem sobressaltos, nem imprevistos nem preços inflacionados».

No entanto, muitos emigrantes têm exprimido a sua enorme frustração por não terem condições para voar na TAP, seja pela redução do número de voos e de opções, pela política de preços altos praticada em algumas rotas, ou ainda pela instabilidade causada pelos cancelamentos e anulação de voos. «Tem havido muitas queixas sobre a anulação e cancelamento de voos, havendo mesmo pessoas que ficam com as férias prejudicadas ou estragadas, tendo por vezes até de assumir custos inesperados».

Os socialistas entendem que a TAP tem uma missão incontornável de serviço público que deve refletir-se na sua relação com as comunidades portuguesas, como consta das suas orientações e obrigações, mas lamentam que isso não esteja a acontecer, levando muitos portugueses residentes no estrangeiro a optar por outras companhias.