Albuquerque destaca papel do “Liceu” na formação de gerações e critica “progressofobia” da sociedade

O dia 13 de janeiro é sempre uma data muito especial na ESJM. Neste preciso dia, em 1919, o Liceu Central do Funchal passou a ser designado de Liceu de Jaime Moniz, como forma de prestar homenagem à sua figura ilustre, Jaime Constantino Moniz, que se destacou como tribuno, deputado, Ministro do Ultramar, professor e autor da Reforma do Ensino Secundário em 1895. É neste contexto, de honrar a memória histórica e os desafios do presente, que a comunidade educativa do “Liceu” viveu hoje um dia de festa, participado ativamente pelos seus estudantes, encarregados de educação, professores, funcionários, governantes e demais figuras públicas que também marcaram presença na cerimónia desta manhã.

O presidente do Governo Regional salientou, no seu discurso, que se respira um clima único no “Liceu”, realçando o seu papel na formação de sucessivas gerações de madeirenses”, além de que se tem vindo a afirmar como “uma escola na vanguarda dos processos pedagógicos de inovação e de humanismo. Por isso, os resultados estão à vista. Mal se entra, nota-se que há aqui um sentido de presença, um imperativo de responsabilidade que fazem desta instituição um das mais prestigiadas da Madeira e do país”.

Aproveitando a circunstância de que a ESJM inaugurou uma sala de tecnologia de ponta, Sala de Ambientes Inovadores de Aprendizagem, “Luís Miguel Sousa Classroom”, Miguel Albuquerque expressou, contudo, o seu desencanto pelo facto de ainda existir na sociedade vozes de pessimismo e de receio perante os desafios que se avizinham. “Não podemos ficar enclausurados no passado e há que olhar o futuro com otimismo e criatividade. É preciso ter sentido crítico e abandonar a “progressofobia” que existe na nossa sociedade que, paradoxalmente, nunca teve tantas condições e ferramentas como hoje, mas que persiste em ser pessimista, mesmo contra os indicadores estatísticos. Temos de mudar o chip”.

Enaltecendo a importância e o papel do professor, Miguel Albuquerque agradeceu aos docentes aposentados – homenageados nesta cerimónia –  e aos que estão no ativo, todos responsáveis pela construção de uma sociedade com muitas incógnitas no futuro mas aberta aos desafios e às necessidades de mudança.

O Dia da Escola contou com a presença de várias individualidades. A presidente do Conselho Executivo realçou a efeméride, uma vez que significa “prestar tributo a todos os docentes, não docentes e alunos que por aqui passaram e que, com labor, dedicação e empenho contribuíram para que o nosso Liceu se afirme cada vez mais como uma Escola de prestígio e de qualidade”.

Os professores aposentados, Ivone Figueira, Maria Paula Silva, Maria Amélia Sousa e António Casimiro, foram homenageados, assim como o assistente operacional José Manuel Abreu.

Um dos momentos mais altos da cerimónia foi a distinção dos alunos com médias iguais ou superiores a 18 valores, graças à colaboração de grupos empresariais. Os cinco alunos de 12.º ano com média mais elevada receberam um prémio monetário do Grupo Sousa, por Luís Miguel Sousa, a exemplo do que acontece anualmente. Também o Grupo Santander entregou prémios aos alunos do 11.º ano com classificações de mérito, através de Ricardo Pestana. Os cinco melhores alunos do 10.º ano foram contemplados com prémios do Grupo Leya, entregues por João Peixoto.

Ana Isabel Freitas destacou, na sua intervenção, o papel de todos os agentes da escola e agradeceu a todos aqueles que têm colaborado ativamente, ao longo do ano com uma escola para todos, bem como aos contributos do Governo Regional nas obras de melhoria  do edifício. Citando o Secretário de Estado da Educação, João Costa, Ana Isabel Freitas identificou-se com essas palavras para resumir o desafio e a missão da ESJM: “Pensar critica, analítica e criativamente, exercer plenamente os deveres e direitos de cidadania, porque construídos sobre um conhecimento robusto, agir, resolver problemas, ser sensível, autónomo e consciente de que o bem-estar comunitário é da responsabilidade de cada um – estas são as funções da escola hoje. Não é a escola das competências, nem a escola dos conteúdos, é a escola em que se entrelaçam conteúdos, conhecimentos, capacidades e valores na construção de competências muito mais exigentes do que a mera rotina reprodutiva(…). Este é o primeiro desafio. Garantir melhores aprendizagens, mais significativas e impactantes”.

Como exemplo de boas práticas ambientais, fez parte também da cerimónia o hastear da Bandeira Azul da Europa (título de Eco-Escolas).