Deputado Carlos Rodrigues diz que afastamento do general Carlos Perestrelo é “processo com contornos escabrosos”

O deputado do PSD-Madeira na Assembleia Regional, Carlos Rodrigues emitiu, esta noite, uma opinião sobre o processo que levou à exoneração do general Carlos Perestrelo do Comando Operacional da Madeira.

“Tive o enorme prazer e a grande sorte de ter conhecido os últimos dois responsáveis pelo Comando Operacional da Madeira: o major-general Marco Serronha e o major-general Carlos Perestrelo. Um comando e um pára-quedista, respectivamente.

Dois homens do melhor que este país já produziu. Homens honestos, competentes, dignos e verticais. Homens que dignificam a instituição a que pertencem e que representam. Homens que desempenharam as suas funções e cumpriram a sua missão na Madeira com elevada responsabilidade e extrema competência. Homens que se integraram completamente nesta sociedade e perceberam muito bem a realidade e a importância estratégica que a Região representa para o todo nacional.

Homens que merecem todo o reconhecimento e agradecimento por parte dos madeirenses pelos serviços prestados à Região e ao País.

Daí que o que se está a passar com o major-general Carlos Perestrelo merece o meu maior repúdio e enjoo. Este é um processo com contornos escabrosos. Um militar, a escassos dias do fim da sua Comissão sofre um destrataremos vil e inqualificável. Tudo em nome de interesses políticos, mesquinhos, demonstrativos da postura que, ultimamente, o poder político tem tido em relação à instituição militar.

Temos vindo a assistir a uma estratégia de menorização, descredibilização e fragilização das Forças Armadas, está em marcha um conjunto de manobras para erradicar este importante pilar de qualquer sociedade civilizada.

Poucas foram as vezes que as autoridades sofreram um ataque tão concertado, dirigido a todas as instituições que garantem a nossa segurança e soberania, desde as forças policiais, passando pela proteção civil, até às Forças Armadas. São partidos que governam a exigir o fim dos comandos (indivíduos de esquerda que jamais perdoaram os actos heróicos do 25 de novembro), a vergonha de Tancos e, agora, a exoneração de um oficial exemplar baseada na manipulação de factos e aldrabices plantadas de forma cirúrgica.

Espanta-se que tudo isto esteja a ocorrer com a cumplicidade de alguns militares que desonram a bandeira, a instituição e os camaradas, políticos de visão curta e movidos por interesses rafeiros e menores e outras entidades que se deixam instrumentalizar de forma grosseira.

Mal vai um país que desrespeita os seus melhores, mal vai um país que é governado por gente menor, sem princípios, sem respeito, sem competência e sem honra, mal vai um país que está inundado de entidades privadas dispostas a ser instrumentos e veículos desta estratégia de bueiro.

Mas pior está um país que se cala perante o ataque e o assassinato de carácter perpetrado contra pessoas como Carlos Perestrelo. Que esquece os seus contributos a bem da nação, que rasga a sua folha de serviços, que desonra a sua carreira tudo em nome de interesses conjunturais e indecentes”.