Falência do operador Thomas Cook no Reino Unido afeta Região na venda de 4 mil pacotes de viagens por ano

Paula Cabaço Thomas CookA falência do operador Thomas Cook está a abalar o setor turístico internacional. São mais de 6 mil hotéis que dependiam diretamente da empresa britânica e fala-se em 30 mil os turistas que neste momento estão retidos sem garantia de regresso aos destinos de origem. A Madeira, ainda que de menor expressão, também sofre com o problema.

A dívida de 1.700 milhões foi determinante para o desfecho e os analistas falam que assegurar o regresso dos turistas retidos custaria qualquer coisa como 100 milhões de euros, como refere o Jornal Económico citando a Expansion. Em 180 anos de história, lembram, a empresa resistiu a duas guerras mundiais mas não terá conseguido idêntico sucesso relativamente ao Brexit. Além do prejuízo, são 22 mil os colaboradores sem futuro.

Hoje, a secretária regional do Turismo e Cultura convocou uma conferência de imprensa para abordar esta realidade que afeta este operador turístico e, por consequência, o turismo madeirense. Mas Paula Cabaço desdramatiza e diz que o operador não tem voos próprios diretamente para a Madeira, sendo que o que está em causa é a venda de pacotes turísticos, que deixa de acontecer. Vende pacotes com operação aérea garantida por outras companhias”.

A governante diz que o efeito da falência da Thomas Cook Reino Unido é ao nível da venda de pacotes, mas o transporte aéreo é assegurado por outras companhias, pelo que os lugares continuam. O que acontece, explica Paula Cabaço, é que deixam de vender cerca de 4 mil pacotes por ano através deste operador. Claro que, no imediato, terá alguns reflexos, mas a médio prazo a situação será ultrapassada com a entrada de outro operador, que retomará essas vendas.

Relativamente ao mercado alemão, Paula Cabaço diz não ter conhecimento de falência da empresa nesse mercado, onde a empresa assegura voos próprios, através da companhia aérea Condor. “E a informação que temos é que esta companhia continua a operar”, razão pela qual a governante mostra alguma esperança que assim continue, uma vez que a eventualidade de ocorrer um fenómeno igual ao do Reino Unido, os reflexos seriam mais graves para a Madeira, aqui sim, com efetiva perda de lugares.

A secretária regional diz que o Governo “está a acompanhar a situação de forma muito próxima”, revelando que sete dos oito voos da Condor a partir da Alemanha com destino à Madeira, serão feitos quinta-feira.

Relativamente ao mercado nórdico, Paula Cabaço diz também não ter conhecimento de qualquer situação de falência e refere que os passageiros que não seguiram viagem, numa situação resultante de voo cancelado, estão a ser protegidos pelo operador e têm a viagem garantida.