Estepilha: “Quinquilharias de homem branco” distribuídas nas Molucas

Não sou uma espécie de substituto de Vasco da Gama, que ao chegar à Índia ofereceu ao sultão um barril de azeite e outras “bugigangas” em troca de especiarias e outros metais preciosos, algo que custou ao mal educado e malcheiroso navegador ser atirado por algum tempo para uma masmorra.

Eu, pessoalmente, não descobri nada… As Molucas estão na rota das comemorações dos 500 anos da viagem de Fernão de Magalhães, que aqui chegou ao serviço de Espanha.

Entretanto, a Madeira comemora 600 anos da sua descoberta, associada a eventos comemorativos, com fogo de artifício, Carnaval, vindimas, festa da flor, banana e porque não a poncha! A história propriamente dita foi relegada para segundo plano, mas o balanço será feito no término das ditas comemorações.

A minha curta estada em Ambon, onde o madeirense Jordão de Freitas foi rei, deve -se às comemorações dos 500 anos da viagem de Magalhães, a que os governos de Espanha, Portugal e Indonésia se associam. No próximo ano o navio escola Sagres por aqui estará.

O meu objectivo era, no entanto, saber se este povo conhecia na sua história Jordão de Freitas, oficialmente nomeado seu rei pelo anterior sultão. No entanto, apenas meia dúzia de pessoas ouvira falar de tal história, e quanto ao nome Madeira, zero. Nos meus contactos expliquei que a Madeira foi a primeira descoberta dos portugueses e que este ano comemora 600 anos, mas pouco ligavam. No entanto, tudo se tornava fácil quando se falava de Ronaldo.

Armado em publicitário, distribui algumas lembranças dos 600 anos: umas t-shirts, ,lápis, esferográficas, réguas e uns crachás com logótipo comemorativo a polícias, militares, recepcionistas de hotel e aos homens dos riquexós. Vários foram os obsequiados com estes brindes, como se pode ver nas fotografias.

Tudo bem recebido mas, ao fim e ao cabo, nada mais para esta gente do que aquilo a que os índios norte-americanos chamavam de “quinquilharias de homem branco”, que no entanto serviram para deixar a marca dos 600 anos da descoberta da ilha, por estas paragens. Estepilha, Madeira para o infinito e mais além…