Associação dos Amigos do Parque Ecológico “frontalmente contra” anunciado regresso do gado

A Associação dos Amigos do Parque Ecológico do Funchal (AAPEF) reagiu a uma notícia divulgada ontem na RTP-Madeira, dando conta de que a Câmara Municipal do Funchal autorizou temporariamente o pastoreio no Parque Ecológico.

Segundo a AAPEF, a notícia foi veiculada pelo “Director do Departamento de Ciência, funcionário da autarquia e que foi colaborador duma associação de criadores de gado, e não pelo Presidente da Câmara ou pela Vereadora com o pelouro do Ambiente”. De facto, foi José Carlos Marques que mencionou o regresso do gado ao Parque Ecológico no telejornal.

“A Associação dos Amigos do Parque Ecológico do Funchal, que desde 2001 tem vindo a trabalhar na recuperação da biodiversidade na zona mais alta da propriedade municipal, manifesta frontal oposição ao regresso do gado ao Parque e denuncia a manhosa justificação dos criadores e do seu assessor municipal”, refere um comunicado que nos foi remetido pelo dirigente da referida associação e conhecido ecologista, Raimundo Quintal, também antigo vereador da CMF com o pelouro do Ambiente.

“A Associação dos Amigos do Parque Ecológico do Funchal desafia o Presidente da Câmara do Funchal a assumir as suas responsabilidades e a explicar aos madeirenses a fundamentação científica dos benefícios do pastoreio no maciço montanhoso sobranceiro à cidade”, conclui a nota enviada à nossa Redacção.

A justificação apresentada na reportagem televisiva para a autorização da autarquia para o pastoreio temporário e de acordo com determinadas regras no Parque Ecológico do Funchal foi a alegada morte de várias crias recém-nascidas, por suposta incapacidade das mães para as alimentarem, por causa de subnutrição devida a falta de pasto.