Candidato à liderança da ACIF quer “trazer” o pequeno comércio do Funchal para a realidade e torná-lo mais atrativo

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Jorge Veiga França considera que “os pequenos empresários precisam de ajustamento à realidade, beneficiando de programas, de formação, para benefício próprio”.
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A lista candidata às eleições do dia 11 de dezembro na ACIF.

A ACIF – Câmara de Comércio e Indústria da Madeira, vai para eleições a 11 de dezembro, com uma lista única em cima da mesa liderada por Jorge Veiga França, que assim irá ocupar o lugar de Cristina Pedra, que está de saída. Um momento que constitui, para a equipa candidata, um desafio para o futuro, uma responsabilidade que está subjacente ao próprio exercício da gestão de uma associação fundada em 1836 e que, hoje, tem um peso relevante no contexto do tecido empresarial madeirense.

Veiga França tem ideias muito claras relativamente ao figurino que pretende ver refletido no seu mandato. Em síntese, um olhar muito atento e incisivo sobre o pequeno comércio, os pequenos empresários, no âmbito da formação, da preparação para o mundo global e para as tecnologias que hoje estão disponíveis no mercado. Também a animação, um pouco a ideia de mais animação durante todo o ano e não apenas nos eventos que são, por assim dizer, os pontos altos do Turismo na Região, de que o Fim do Ano e a Festa da Flor são apenas dois exemplos. Uma animação que visa os turistas, mas também, e muito particularmente, os residentes, para incentivá-los ao consumo no pequeno tradicional. Tradicional mas adaptado às novas realidades.

Entrar na gestão com Orçamento e Plano aprovados

Entra na gestão já com o Orçamento e o plano de atividades para 2019 aprovados, terça-feira, em Assembleia Geral. A Associação não pára e, por isso, a nova direção começa as suas funções com um programa já elaborado, com a missão subsequente de proceder às respetivas adaptações que permitam “encaixar”, naquilo que está projetado pela atual direção, as propostas que este novo elenco tem pensadas para os próximos tempos da vida da ACIF.

“Antes de entrarmos em funções, definimos aquilo que podemos considerar como sendo o ideal, vou tentar perseguir esse ideal e cumpri-lo, acho que os compromissos são para cumprir, até podem levar mais algum tempo, mas penso cumpri-los. No entanto, há um aspeto fundamental a ter em conta, que se prende com os estatutos da própria ACIF e, como estamos no final do ano, foram votados o Orçamento e o Plano de Atividades para 2019, na passada terça-feira, uma vez que tratando-se de uma associação com o prestígio que tem e a representatividade que tem, não pode parar. Mas relativamente ao posicionamento dos elementos da nossa lista, nessa votação, sempre em articulação com a atual direção, achámos por bem optar pela abstenção, por uma questão de princípio”, esclarece o candidato, em declarações ao Funchal Notícias.

Prefere a “mudança na continuidade”

Veiga França recusa o termo “rutura” para definir os propósitos da sua lista, relativamente à direção cessante. “Não devemos entrar nos exageros”, prefere uma outra definição, mais ou menos “a mudança na continuidade”, que assenta melhor no enquadramento que pretende dar ao seu novo desafio sem provocar instabilidades desnecessárias.

O facto de não ser este o “seu” Orçamento nem o “seu” plano de atividades, não constitui obstáculo. Afirma que já leu o plano, em pormenor, já tem solicitado um encontro com a direção cessante, já prepara o “trabalho de casa” com a sua equipa, no sentido de colocar em prática a estratégia pensada pela candidatura. Também já viu o que estava aprovado no âmbito dos fundos europeus disponíveis, numa visão virada para o apoio aos pequenos comerciantes, as pequenas empresas com poucos empregados e que necessitam de uma preparação para fazerem face ao futuro e à concorrência”.

Formação junto das microempresas

Jorge Veiga França alerta para esta importância de desenvolver “um trabalho de formação junto das microempresas, aos pequenos empresários, não só pelo facto de se encontrarem no centro histórico de uma cidade, mas também prepará-los para a relevância de manter viva a cidade. Há um conjunto de situações para avaliar. Há efetivamente essa lacuna, os pequenos empresários precisam de ajustamento à realidade, beneficiando de programas, de formação, para benefício próprio, modernizando a sua atividade e tornando-a mais apelativa aos consumidores. É um pouco isto que pretendo fazer”.

Apostar nos eventos e na animação todo o ano

Neste domínio da revitalização do pequeno comércio, o candidato à liderança da ACIF aposta nas vertentes dos eventos e da animação. Salvaguarda, de novo, eventuais leituras que possam ser feitas quando colocadas perante opiniões comparativas com a atual direção, recusa um qualquer conflito, quer manter o que está bem, na sua perspetiva, associando a linha de orientação que defende, no fundo melhorando a prestação da ACIF e o serviço prestado junto dos seus associados. “Não acho que aquilo que tem sido feito esteja mal, antes pelo contrário, mas temos, se calhar, algumas ideias renovadoras que pretendemos ver introduzidas ou substituindo algumas existentes. O objetivo é trazer pessoas para o centro do Funchal, é importante criar novas atratividades, novas dinâmicas todo a ano”, considera.

A “defesa nacional” do CINM

Não esquece, também, a importância de haver, numa abrangência nacional, a defesa do Centro Internacional de Negócios da Madeira. Condena todos os “ataques irresponsáveis que têm sido feitos ao CINM, irracionbais e ignorantes mesmo, da parte de quem vem é imperdoável. Penso que chegou a altura de defender o CINM e os empresários junto de todas as instâncias. Acho muito bem que Bruxelas proceda às investigações que considerar convenientes, clarificando todas as situações sobre as quais eventualmente tenha dúvidas, mas não pode deixar pairar no ar uma insegurança relativamente ao Centro de Negócios da Madeira”.

Parte para este mandato trazendo um percurso que configura uma inquestionável experiência ao longo dos anos e das funções que desempenhou. Tem 61 anos de idade, é presidente da Mesa do CIN – Serviços Internacionais na ACIF-CCIM, Cônsul Honorário da Bélgica no Funchal, vice presidente da delegação na Madeira da Cruz Vermelha Portuguesa, é consultor económico e fiscal. Tem o nível Secundário e Complementar dos Liceus pelo Liceu de Jaime Moniz (1973- 74), licenciatura, com distinção, em Sciences Economiques Appliquées (1982-83) pela Université Catholique de Louvain – Belgium e mestrado em Administração e Gestão (Finanças) com distinção (Janeiro de 1985) pelo Institut d’Administration et de Gestion de l’Université Catholique de Louvain – Bélgica.

No contexto da ACIF, entre 1985 e 1991 foi eleito (por mandatos consecutivos de 3 anos) presidente da mesa dos agentes de navegação na ACIF-CCIM, e, por inerência de funções foi durante esse período presidente da CNP (comissão negociadora patronal) para a reestruturação do trabalho portuário na R.A. da Madeira, tendo liderado a conclusão favorável das negociações. A partir de 2013 foi eleito (decorre o segundo mandato de 3 anos cada) presidente da mesa do CINM – Serviços Internacionais na ACIF – CCIM que termina no início de 2019.

A lista que vai a votos

Assembleia Geral

Presidente – António Paulo Jardim Mendonça Prada, em representação de Cota Quarenta – Gestão e Administração de Centros Comerciais

Vice-Presidente – José Afonso de Almada Cardoso Tavares da Silva, em representação de Sociedade de Automóveis da Madeira

1º Secretário – Susana Lopes Teixeira Zino, em representação do Cartório Notarial Susana Lopes Teixeira

2º Secretário – Artur Jorge Abreu Baptista, em Arribafunchal – Consultadoria e Turismo, Lda

Direção

Presidente – Jorge Manuel Monteiro da Veiga França, em representação de ECCO – Efficient Consulting Corporation, Lda.

1º Vice-Presidente – António Maria Trindade Jardim Fernandes, em representação de Dorisol Hotels & Resorts, S.A.

2º Vice-Presidente – Gonçalo Lasbarrères Maia Camelo, em representação de Sociedade Rebelo de Sousa & Advogados Associados, R.L.

Vogais:

Ricardo Diogo Vasconcelos de Freitas, em representação de Vinhos Barbeito Madeira, Lda.

João José Oliveira Silva Rodrigues Vacas, em representação de Bordal – Bordados da Madeira, Lda.

Duarte Assunção Rodrigues da Silva, em representação de Douradas dos Prazeres.

André Filipe Loja Rosa Fernandes, em representação de An Island Apart, Lda.

Conselho Fiscal

Presidente – Idalina Maria de Sousa Pestana, em representação de ENOTEL – Hotels Management.

Secretário – Maria Filomena de Sousa Gomes da Silva, em representação de Zacarias da Silva – Gabinete de Contabilidade, Lda.

Vogais

Tânia Carmelita da Silva Castro, em representação TPMC, Lda.

Sónia Márcia Fernandes Gonçalves, em representação de Sónia Márcia Gonçalves, Unipessoal, Lda.

Maria do Rosário Monteiro da Veiga França, em representação de BT – Estudos & Projetos, Lda.