Albuquerque aponta de novo baterias à TAP, reafirma preços “pornográficos” e diz que “a luta continua”

Fotos LR

O presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque, voltou hoje a apontar baterias à TAP no discurso que proferiu na abertura da da XXII edição da Conferência Internacional de Turismo (CAT), um evento promovido pela Ordem dos Economistas e este ano subordinado à temática da “Rendibilidade”. Sem perder muito tempo com outros considerandos, Albuquerque dirigiu-se à vasta audiência que enchia por completo a sala do Centro de Congressos da Madeira (Casino) anunciou logo que não ia falar de rentabilidade, mas sim de mobilidade. E  prosseguiu defendendo que é importante, em ocasiões como a que atravessamos, falar “objectivamente e de alma clara”, sem medo do politicamente incorrecto.

Dada a circunstância da mobilidade aérea estar directamente relacionada com a sustentabilidade económica dos territórios insulares, o orador não deixou de voltar a acentuar que os preços praticados pela TAP na linha da Madeira são “pornográficos” e visou particularmente o presidente do Conselho Executivo da transportadora, Antonoaldo Neves.

Lembrando as recentes declarações do administrador na Comissão de Inquérito à Gestão da TAP da Assembleia Legislativa Regional da Madeira, o chefe do Executivo madeirense criticou o facto de a companhia apenas contemplar a Madeira no âmbito duma estratégia de lucro. Antonoaldo, declarou Albuquerque, disse taxativamente aos deputados que a Madeira é igual a qualquer outro destino, europeu ou mundial, e negou qualquer responsabilidade de acautelar o interesse público relativamente às regiões autónomas, ou de assegurar a continuidade territorial.

Uma situação inaceitável para Miguel Albuquerque, que referiu que Antonoaldo Neves afirmou – “e eu acredito” – que até à data não recebeu qualquer orientação estratégica do Estado português relativamente às regiões e à estratégia desejável a aplicar às mesmas.

Ora, voltou o governante ao ataque, convém lembrar quais foram os argumentos políticos apresentados pelo Governo da República, quando recomprou 50 por cento do capital da TAP. Na altura, recordou, o primeiro-ministro António Costa assegurou que a TAP era a garantia da ligação num território descontínuo. Declarações proferidas em 2015, na Assembleia da República.

Porém, acusou Albuquerque, o que se verifica na prática é o “refinanciamento encapotado por parte do Estado à companhia, através das ligações às regiões autónomas”. A TAP, disse, arrecadou 21 milhões à custa das mesmas.

“É importante deixarem de gozar com a inteligência dos madeirenses e dos porto-santenses”, desejou, antes de terminar a sua alocução com um curiosamente esquerdista “nestes, como noutros aspectos, a luta continua”.