CDU diz que os aeroportos são demasiado importantes para estarem nas mãos de uma multinacional

O coordenador regional da CDU, Edgar Silva, protagonizou hoje uma conferência de imprensa junto às chegadas do Aeroporto da Madeira, com o objectivo de abordar a gestão aeroportuária. Nesse sentido, considerou que, “depois do ruinoso negócio para a Região, que resultou na entrega dos aeroportos a uma multinacional, os resultados estão à vista: o acumular de passageiros em filas de espera; a supressão e adiamento de voos; a degradação das condições de conforto, fiabilidade e segurança. Estas constituem uma consequência da alteração do modelo de gestão pública, para um modelo de gestão unicamente centrado no máximo lucro e na remuneração dos accionistas da Vinci: foram reduzidas as taxas aeroportuárias, aumentou a precariedade e a subcontratação, reduziu o investimento”, comentou.

Tudo isto, acusou,”a coberto de um criminoso contrato de concessão que lhe entregou a exploração dos aeroportos por um período de 50 anos”.

A CDU denunciou o” brutal aumento das taxas aeroportuárias” levado a cabo pela Vinci. “O aumento de taxas em pouco mais de 5 anos, foi sempre superior a 28%, ultrapassando quase sempre os 39%, e chegando a atingir crescimentos de 167%. Sendo que pese embora tudo isto, já estão anunciados novos aumentos”, dizem os comunistas.

Por outro lado e simultaneamente, o crescimento do número de passageiros e de movimentos aeroportuários não foi acompanhado, antes pelo contrário, por um crescimento similar dos meios operacionais para dar resposta a essa procura.

Nestes anos, disse Edgar Silva, a precariedade e a subcontratação dispararam, os baixos salários constituíram-se como regra e a rotatividade de trabalhadores é já um problema operacional. “A situação é particularmente grave em sectores com a Assistência em Escala ou a Segurança Aeroportuária, nalguns casos também por responsabilidade directa da Vinci (como o Portway e os APA), responsabilidade sempre partilhada com “reguladores” que optam pelos interesses da Vinci em vez do interesse nacional e da segurança da operação”, queixa-se a CDU.

Para a CDU, o resgate da concessão da ANAM é uma prioridade. “Impõe-se que a Região e o Estado português desenvolvam uma política que assuma como objectivo a recuperação do controlo dos aeroportos. Com a recuperação destes instrumentos estaremos em condições não só de responder aos muitos problemas do presente, mas também, preparar o seu futuro numa dimensão que é estruturante para o desenvolvimento”, concluem os comunistas.