Albuquerque reafirma que prolongamento da Pontinha é a prioridade que se segue, depois do novo hospital

Com Rui Marote

O presidente do Governo Regional da Madeira reafirmou hoje a sua intenção de aumentar o molhe da Pontinha. Esta, segundo o chefe do Executivo madeirense, será a próxima grande obra governamental, a prioridade seguinte, uma vez que esteja concluído o tão ambicionado novo hospital da Madeira.

Miguel Albuquerque falava na Pontinha, no dia que assinalou o aniversário do porto do Funchal, efeméride com direito a bolo e a canções de parabéns. Mas as festividades ficaram ensombradas pelo falecimento do engenheiro mecânico Miguel Chiappe, que foi director do porto funchalense entre os anos de 1981 e 1983, e director regional de Portos de 1990 a 1993. O presidente do GR não deixou de recordá-lo logo no princípio do seu discurso, considerando que se tratava de um “grande amigo”.

“O Miguel deixou-nos e quero aqui recordar o quão importante ele foi no desenvolvimento da nossa Região, designadamente na área portuária. Apresento, eu meu nome e no do Governo, as minhas condolências à família”, declarou, colhendo aplausos”.

Por outro lado, elogiou a dirigente da APRAM, Lígia Correia, considerando que o trabalho desenvolvido por ela e pelos seus colaboradores continuará a ter reflexos importantes na economia madeirense. “Nos próximos anos temos de fazer uma aposta decisiva na área portuária e dos transportes marítimos”, considerou.

Referindo que Portugal tem uma das maiores plataformas continentais do mundo, e que, depois das pessoas, a maior riqueza do país é o mar, Albuquerque, que dá a Portugal uma “dimensão estratégica” que, no seu entender, não tem sido aproveitada.

Defendendo a “importância atlântica” que os arquipélagos da Madeira e dos Açores dão a Portugal, o orador criticou o facto de muito se falar de aposta no mar, mas de, no concreto, as governações do país pouco terem realizado. “Como é que um país como o nosso (…) ainda hoje não assegura [da parte do Estado] os transportes e as ligações para as ilhas?”, questionou. Esta tem sido uma questão na qual o presidente do Governo Regional tem insistido, dando o exemplo de uma posição contrária, a do Estado espanhol relativamente às ilhas Canárias. “Aqui na Madeira têm de ser os madeirenses a assegurar o transporte marítimo para as ilhas”.

“Quando se fala nisto, o Governo português diz que não tem nada a ver com isto”, apontou. Ora, realçou, o transporte marítimo não é só um negócio, mas um princípio de afirmação da soberania.

Miguel Albuquerque continuou com os recados, referindo-se à importância do Registo Internacional de Navios, afirmando que durante anos não faltou quem quisesse acabar com esta instância, e bem assim com o Centro Internacional de Negócios e a Zona Franca.

Reafirmando o seu apoio total à APRAM e aos seus trabalhadores, cumprimentou-os pelo trabalho até agora desenvolvido.

Assinalando o aniversário do porto do Funchal, houve hoje ligações marítimas entre o cais do Funchal e a Pontinha, como antigamente. Os catamarãs também proporcionaram a vários cidadãos, incluindo da terceira idade, passeios marítimos. Houve um espectáculo protagonizado pelos rebocadores, e os seus repuxos de água, no interior da baía da cidade.

Lígia Correia, na sua intervenção, recordou a importância do acordo de empresa alcançado com os trabalhadores, destacou o papel da autoridade portuária no cumprimento das normais internacionais e o pioneirismo do porto do Funchal em várias áreas, incluindo o abastecimento de navios com gás natural liquefeito. Também foi homenageado, na oportunidade, o antigo director regional de Portos, João Reis. Na oportunidade estiveram também presentes altos representantes da Marinha Portuguesa, caso do comandante da Zona Marítima da Madeira.

A dirigente da Administração de portos da Madeira sublinhou ainda que o porto do Funchal teve no último ano um movimento acima de meio milhão de passageiros: no mercado de cruzeiros foi, por esta razão, líder a nível nacional, afirmou. As exigências são, todavia, contínuas e, dentro dos desafios vindouros colocados à APRAM, constantes do programa do Governo Regional, o destaque vai para reestruturação do sector portuário, efectuando-se uma verdadeira mudança de paradigma na prestação de serviços da operação portuária, bem como a implementação da JUl- janela única logística, um sistema que tem a função de intermediário de informação
portuária, disponibilizando todos os fluxos informacionais referentes ao despacho de navios e mercadorias, como  procedimentos simplificados e harmonizados, envolvendo todos os actores públicos e privados que prestam serviços nos portos.