Desafios da Coesão são acrescidos relativamente aos territórios insulares

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O secretário de Estado do Desenvolvimento e Coesão participou, ontem, nas Jornadas Parlamentares do PS-Madeira, que decorreram no Porto Santo.

Nelson Souza, que foi um dos oradores no painel subordinado à temática da Coesão Territorial, começou por destacar o facto de o PS-M, com esta iniciativa, estar a preparar-se convenientemente para os desafios que tem pela frente, nomeadamente as próximas eleições regionais, ao auscultar a sociedade civil, os empresários e os autarcas, no sentido de poder corresponder às necessidades, expetativas e ansiedades dos madeirenses e porto-santenses.

Dada a sua intervenção no painel dedicado à temática da Coesão, abordado a propósito, o governante afirmou que «os desafios de coesão colocam-se em todo o território do continente, mas existem desafios acrescidos às economias e aos territórios insulares».

«De facto, há aqui sobrecustos que importa mitigar, há aqui desafios que são muito particulares que importa ultrapassar e é necessário discutir as melhores soluções», referiu, acrescentando que «as soluções não são fáceis, são soluções que muitas vezes funcionam, outras vezes parecem, sob o ponto de vista de conceção, estar bem desenhadas, mas depois, quando aplicadas na prática, verifica-se não estarem a produzir resultados». «É este constante espírito de avaliação das políticas e das soluções que tem de ser o desígnio das políticas públicas aplicadas a esses territórios», vincou.

Nelson Souza constatou que na Região Autónoma da Madeira há muitas situações que continuam por resolver e que, particularmente a ilha do Porto Santo, parece constituir ainda uma reserva de território menos privilegiado na Região. «É um espaço descontínuo, é uma ilha ainda separada do núcleo populacional mais importante e, como tal, tem problemas específicos que importa serem tratados», salientou.

O governante destacou também o facto de um dos temas escolhidos para as jornadas ter sido o do Turismo, que é um setor fulcral no desenvolvimento da Região, e que tem problemas específicos na ilha do Porto Santo. Tal como fez questão de frisar, foram apresentadas propostas concretas, as quais foram devidamente anotadas, sendo que o PS vai tentar encontrar soluções que depois apresentará no programa eleitoral que levará a votos nas próximas eleições regionais.

Por seu turno, o presidente do PS-Madeira fez questão de enaltecer o contributo do secretário de Estado do Desenvolvimento e Coesão para a discussão das temáticas em debate, assim como agradeceu a participação dos restantes intervenientes convidados.

Emanuel Câmara destacou o facto de as jornadas se realizarem no Porto Santo, numa lógica de descentralização, colocando, desta forma, a ilha dourada no centro da discussão de duas temáticas importantes e transversais para toda a Região Autónoma da Madeira, designadamente o Turismo e a Coesão Territorial.

O líder socialista explicou que esta é também uma forma de chegar junto da sociedade civil, de a ouvir e de esta «verificar e perceber que o PS está com políticas sérias, está credível» e tem o objetivo de «criar melhores condições de vida, já em 2019, com dinâmicas próprias, para finalmente concretizar-se a alternância democrática nesta Região Autónoma».

Emanuel Câmara aproveitou também para voltar a criticar a ausência do presidente do Governo Regional no início das comemorações dos 600 anos da descoberta do Porto Santo e da Madeira.

Outro orador nas jornadas foi Miguel Sequeira, professor universitário e ex-presidente do Instituto das Florestas e da Conservação da Natureza, que abordou a questão da sustentabilidade e a da gestão territorial. «Tudo o que seja possível fazer para que, como sociedade, olhemos para o ambiente e para a natureza de uma forma mais integrada, que permita recuperar esse ambiente e tê-lo cada vez melhor e aumentar a sustentabilidade, é um objetivo claríssimo», considerou.