Apontamento para este Dia do Pai

 

Aquando de um recente encontro científico relacionado com áreas da medicina, participaram, na sessão de abertura pessoas da designada sociedade civil. A certa  altura, o médico nefrologista, Alves Teixeira, contou a seguinte história que aqui tento reproduzir tanto quanto a memória permite: certo dia de Natal, a família reunida à volta da árvore, era grande a azáfama com que todos rasgavam os papéis das prendas para, mais rapidamente, descobrir o que as mesmas escondiam. A certa altura, o pai, nefrologista, reparou num envelope que lhe era destinado. Abriu-o e nele descobriu a seguinte mensagem: “Pai, eu dava-te um rim”.

Na plateia, uma ouvinte emocionada. Terminada a sessão, contendo a emoção, mas não as lágrimas, decidiu ir ao encontro o médico que contara a história e disse-lhe: o meu Pai faleceu há quase quarenta anos com uma insuficiência renal. Como gostaria de ter podido dar-lhe um rim.

Selaram a conversa com um abraço, sabendo ambos de quantas formas e com que letras de emoção se escreve não só o valor, também real, de um rim, mas, sobretudo, do dia que hoje se celebra.