Voto de louvor de Gil Canha a Eduardo Jesus causou “frisson” na Assembleia; salário mínimo na RAM esteve em discussão

*Com Rui Marote

A sessão plenária da Assembleia Legislativa Regional de hoje foi marcada por uma curiosa ocorrência, já anunciada, de resto: a proposta, pelo deputado independente Gil Canha, de um voto de louvor a Eduardo Jesus, antigo secretário regional da Economia, Turismo e Cultura.

A justificação, para o proponente, foi a de que Jesus foi o primeiro membro do Executivo regional a insurgir-se “contra o modelo de operação portuária”. Por causa disso, afirmou Gil Canha, terá sido afastado por Miguel Albuquerque. A proposta gerou um certo “frisson” entre os deputados, que, na generalidade, não alinharam pelo mesmo diapasão e consideraram extemporânea a proposta deste voto de louvor. Apenas o Juntos Pelo Povo, que quer debater a questão dos portos, o achou pertinente. Quanto ao PSD, aproveitou a oportunidade para contornar a questão considerando que o voto de louvor deveria estender-se a todos os antigos governantes. A restante oposição, na generalidade, classificou tudo isto de “chicana política”.

Hoje a secretária regional da Inclusão e Assuntos Sociais, Rita Andrade, esteve também no parlamento regional para explicar uma proposta de aumento do salário mínimo na RAM para 592 euros, ao contrário de outras duas propostas similares da autoria do BE e do PCP, que propõem um montante de 609 euros, tal como se verifica na região autónoma dos Açores.

Uma oportunidade para os partidos da oposição abordarem as dificuldades com que a população se confronta, para sobreviver: os partidos mais à esquerda, PCP e Bloco, consideraram a proposta do Governo Regional insuficiente e o CDS veio defender uma negociação sectorial, por entender que nem todas as empresas das diferentes áreas económicas podem pagar o mesmo.

Aproveitou para lançar um repto a deputados e governantes: tentem viver com 592 euros por mês… Mas, ao mesmo tempo, verberou os aumentos que BE e PCP querem, pois dificultariam a vida a muitos pequenos empresários. Algo que o PSD também fez, alertando para os problemas das empresas.