Machico marca presença no II Congresso da Associação dos Arqueólogos Portugueses

A Câmara Municipal de Machico estará presente no II Congresso da Associação dos Arqueólogos Portugueses, com as intervenções arqueológicas realizadas em Machico nos últimos dezanove anos a serem tema de comunicação a apresentar em Lisboa no encontro que decorre até ao dia 26 de Novembro de 2017. A comunicação a apresentar é realizada  pela coordenadora do Solar do Ribeirinho – Núcleo Museológico de Machico, Isabel Gouveia, em co-autoria com o arqueólogo Élvio Sousa.

A comunicação decorrerá no sábado, dia 25 de Novembro, na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade de Lisboa, tendo como oradora a coordenadora do Solar, Isabel Gouveia, informa a edilidade.

O tema a apresentar incide sobre os trabalhos arqueológicos iniciados em 1998, pela ARCHAIS – Associação de Arqueologia e Defesa do Património da Madeira, investigações que têm espoletado estudos de história local, de âmbito associativo e académico, permitindo conhecer a realidade da vida social e económica da primeira localidade da Madeira, povoada no século XV. Os trabalhos arqueológicos levados a cabo no Centro Histórico de Machico, decorreram nos espaços do Solar do Ribeirinho, Antiga Alfândega de Machico, Junta de Freguesia de Machico e  Casa da Travessa do Mercado.

A primeira referência à prática arqueológica em Machico remonta ao século XIX. Ali, por volta de 1815, após a grande aluvião de 1803, um comerciante de vinhos inglês, Robert Page, realizou alegadamente escavações na Capela dos Milagres, uma capela centenária datada dos inícios do povoamento, na qual teria supostamente sido encontrada a cruz tumular de Robert Machim, refere uma nota da autarquia.

O ano de 1998 marcou, indubitavelmente, a arqueologia regional. Neste ano é criada a ARCHAIS – Associação de Arqueologia e Defesa do Património da Madeira , uma instituição de direito privado que tem como principais objectivos divulgar e promover a investigação arqueológica terrestre e desenvolver a defesa e a proteção do Património Cultural da Região Autónoma da Madeira. Desde a sua formação, a ARCHAIS centrou os seus trabalhos arqueológicos na zona leste da ilha, nas cidades de Machico e de Santa Cruz.

Durante estes dezanove anos de actividade arqueológica constituíram-se estruturas municipais e museológicas que passaram a interagir directamente com as operações pedagógicas e da construção urbana, tais como o primeiro núcleo arqueológico da Junta de Freguesia de Machico (2001), o Gabinete de Arqueologia do Município de Machico (2001-2002) e o Núcleo Museológico de Machico – Solar do Ribeirinho (2007).