Querem chegar ao povo? Falem com Marcelo

 

A comunicação, ou a falta dela, começa a ser um problema. Repentinamente, como diz o povo, só se lembram de Santa Bárbara quando rebentam tempestades, raios e trovões. E que tempestades, que raios, que trovões caíram sobre muitos políticos, neste “ano da (des)graça de 2017”. Um dilúvio que muitos, embevecidos pelo poder, entretidos pelos ajustes de contas e inebriados pelas “claques” que normalmente não permitem os “cliques” de alerta, só se deram conta do povo quando o povo colocou o pé à frente. Estava de “caras”: rasteira pela certa. Acontece a todos, mas a uns mais do que outros. A habilidade também conta em política. E a inabilidade não conta para nada. Ou melhor, conta, para se ser inábil.

Tanto lá como cá, o problema é a comunicação. Assumida, de resto, com desassombro, como forma de salvar alguma coisa deste descalabro de sistemas. É verdade que, até agora, não se viu grande coisa relativamente à forma como, uma vez detetado um problema, tencionam os políticos resolver com as soluções. Pode ser que ainda venham a surgir ou talvez se pense que, por geração espontânea, venham a nascer como cogumelos, porque palavra puxa palavra e as palavras dão comunicação. O grande problema é que, não raras vezes, as palavras até surgem, mas a comunicação até dá dó. Veja-se o que disse a ministra da Administração Interna, que se arrastou até às últimas no cargo, sem que alguém a poupasse a este pesadelo público. Veja-se o que disse António Costa, de uma insensibilidade extrema enquanto o Estado não cumpria o dever de proteger os seus cidadãos, reconhecendo posteriormente que talvez tivesse sido conveniente deixar-se levar pelas emoções, ser mais sensível, chegar mais ao povo. Pois, esse é que é o problema, não chega ao povo quem quer, mas quem sabe, é genuíno, não se fabrica, podemos limar algumas arestas, até durar algum tempo parecendo popular, interessado nas causas, mas se não for mesmo esse o caso, o povo acaba por ver, só que aí o resultado é pior.

Na Região, o PSD, que sustenta o Governo Regional, admitiu uma falha de comunicação para explicar, de certo modo, os resultados negativos nas eleições autárquicas, procurando justificar-se de um posicionamento político que, de certa forma, não era muito explicável com tão pouco tempo de governação. Não havia tempo para desgaste, talvez fosse mesmo falta de comunicar corretamente a mensagem das medidas. E foi depois disso que surgiu a remodelação, com a saída de três secretários, um deles admitindo que deveria ter chegado mais ao povo. Lá está, de novo, o problema da comunicação, aquela que não é social, ou seja que não é da informação, é mesmo a comunicação com o povo, genuinamente popular. Temas como a Saúde, as ribeiras, o “ferry”, o subsídio de mobilidade, que todos sabiam que iriam ser escrutinados nesta consulta popular, talvez tivessem sido menos bem explicados à população. Não é suficiente fazer publicar, é mesmo saber falar, além de saber fazer. Aí é que reside a grande dificuldade do político. É aí que se vê o que vale.

Mas no meio de todas estas situações, que no fundo são transversais a partidos e governos, temos felizmente um exemplo que pode funcionar como uma “lição” para todos. Não me lembro de um símbolo de tanta popularidade abrangente, de tanta sensibilidade, genuína, porque é impossível não ser em tantas e diferentes situações, como o atual Presidente da República. No meio desta insegurança, desta falta de senso, desta impreparação de alguns políticos, é bom saber que temos Marcelo. Sem demagogias, sem medo de dar o seu a seu dono, porque efetivamente Marcelo é do povo, fala com o povo e o povo gosta de Marcelo como nunca gostou de alguém assim, em democracia, globalmente em Portugal. Sem exageros.

Marcelo é o garante do Estado de Direito, pela Constituição. Mas por Marcelo mesmo, enquanto pessoa, tem sido muito mais do que isso. O Presidente dos afetos foi várias vezes criticado por isso mesmo, pelos afetos, criando problemas à sua própria segurança, mas chegando sempre perto do povo, com uma palavra de conforto, quando às vezes, tantas vezes, a palavra de conforto é mesmo o que o povo precisa. Depois vem o resto. Um abraço, um beijo, cada um deles com um significado para cada pessoa. Muitos dos que o criticaram, que o apelidaram de demagogo, querem agora fazer igual e não conseguem. Todos querem ser Marcelo. Mas não é Marcelo quem quer, mas quem é. Agora, podem é aprender com ele alguma coisa….