Professor do Minho defende na Jaime Moniz uma relação construída com os alunos através da cooperação

O presidente do Conselho Executivo da ESJM, Jorge Moreira, com o conferencista convidado, o professor doutor Carlos Alberto Gomes. Fotos Fernanda Guerra.

Como funcionam os alunos do nosso tempo e a problematização da disciplina foram os temas centrais da conferência desta tarde, na Escola Secundária Jaime Moniz, dirigida a professores e alunos, numa iniciativa do Conselho Executivo em articulação com a Comissão de Formação da Escola.

Carlos Alberto Gomes, doutorado em Sociologia e docente da Universidade do Minho, com vários artigos publicados sobre o imaginário da escola e dos alunos, veio à Jaime Moniz falar de “Quem são e como funcionam “Os Alunos”? (A Sociologia da Educação em diálogo com as Perspetivas e Experiências dos Professores)”. Perante a plateia, o conferencista admitiu que falar de alunos a docentes tem em si uma certa provocação, afinal é matéria de sobejo conhecimento destes. Ainda assim, o objetivo foi sugerir a reflexão e abrir a porta a uma modesta troca de impressões sobre uma realidade muito exposta e de grande atenção por parte das comunidades.

Segundo o presidente do conselho Executivo do Liceu/ESJM, Jorge Moreira de Sousa, há uma preocupação da Escola em oferecer um ensino de qualidade aos seus alunos, formando-os também para os domínios dos valores e da cidadania. Salientou ainda que esta instituição do ensino secundário tem promovido debates em torno da temática da disciplina, no sentido de incentivar a partilha de conhecimentos e de práticas colaborativos tendo em vista o sucesso escolar dos discentes.

O conferencista convidado defendeu uma passagem dos alunos pela escola num ambiente de tranquilidade e de realização pessoal. Neste sentido, a disciplina faz parte de um processo em permanente construção que implica a colaboração de toda a comunidade escolar. Não há soluções mágicas, mas importa construir, com o contributo de todos, as soluções que melhor se adequam a uma vivência feliz e tranquila por parte dos alunos no período em que estão na escola.

Este investigador da Universidade do Minho alertou para os perigos de definir estratégias de relação disciplinar com os alunos assentes em autoritarismos ou ditadas unilateralmente. Trata-se de um processo, que envolve o diálogo e a cooperação com todos, por forma a que todos também se sintam comprometidos. Neste sentido, defende uma mudança de atitude institucional de modo a “construir uma escola descontraída e mais calma”, naturalmente com o cumprimento de regras mas sem o espartilho de práticas de excessivo controlo.