Doente e trancado num prédio, sem elevadores: “Sinto-me refém na minha própria casa!”

O prédio, no Garajau, onde vive Duarte Nuno e demais moradores, privados de elevadores. Fotos DR.

Duarte Nuno é um dos muitos habitantes num bloco de apartamentos localizado no Garajau, Caniço. Os elevadores foram desligados por decisão do condomínio, na sequência de alegadas dívidas. Operado à coluna há pouco tempo e com os elevadores do prédio desligados, Duarte Nuno sente-se refém na sua própria casa.

A 16 de maio passado, Duarte Nuno foi operado pela segunda vez à coluna. O regresso a casa tornou-se ainda mais penoso, não só pelos problemas de saúde mas também pela circunstância insólita de morar num edifício (Caniço Plaza II) onde os elevadores foram desligados.

Os muitos degraus que é preciso descer, sem a alternativa do elevador.

Apesar de ter as suas prestações de condomínio em dia, a administração do condomínio (“Loja do Condomínio”) suspendeu o serviço de elevadores, por alegadas dívidas. “Após uma cirurgia melindrosa, não posso subir nem descer 64 graus para poder sair de casa e tratar da minha vida. Sinto-me refém na minha própria casa”, desabafou ao FN o nosso interlocutor.

O problema já foi reportado a diversas entidades, que não deixam de prometer ajuda, embora tudo continue no âmbito da promessa.

Muitas dúvidas também se levantam em relação à forma como o condomínio do imóvel tem sido gerido. As reuniões, conforme estipula a lei, nem sempre foram cumpridas. Há quatro meses, explica Duarte Nuno, reuniram e optaram por desligar os elevadores. Além disso,  a lei estipula que quem gere o condomínio deve procurar apresentar relatório das contas do ano anterior e orçamento para o novo ano. Mas não é a realidade que os moradores do imóvel em questão dizem estar a viver há largo tempo.

Neste impasse, e apesar da revolta dos habitantes neste edifício, Duarte Nuno não tem outra solução a não ser ficar retido em casa.