Crónica Urbana: o CDS-M não precisa de árbitros, mas de jogadores…

Rui Marote

O aproveitamento de personalidades conhecidas do desporto na política não é nada de novo. O PSD já apresentou todas as versões, em diversas campanhas eleitorais. Recordemos por exemplo Olavo, capitão do Marítimo, que foi candidato e deputado à Assembleia da República. Ou a judoca Paula Saldanha, que foi deputada à Assembleia Regional. O aproveitamento destas celebridades desportivas na época era a cereja no topo do bolo, como angariação de votos do desporto regional. Recordamos que na época, esses atletas estavam no topo das suas carreiras. Hoje essa estratégia não pega, ou melhor, não tem química.
Lembro autênticos desastres, “tiros nos pés” na história de vida do CDS.
Como Egídio Pita, a velha raposa do PPD/PSD, que foi cabeça de lista do CDS à Câmara da Ponta de Sol, o que não impediu que o partido laranja mantivesse a maioria .
Ou Fausto Pereira, outra aquisição do CDS em Câmara de Lobos: os “xavelhas” não foram atrás daqueles que “cometeram o crime lesa Câmara de Lobos”.
Em Machico, quem não se recorda do ex-presidente da Câmara PSD, Jorge Gomes, outra derrota.
Em Santana, o primeiro presidente da Câmara após o 25 de Abril, Agostinho Barreiro do PPD /PSD, passados alguns anos encabeçou a lista do CDS: outra derrota.
Não vou enumerar mais exemplos de desertores do PSD, elevados a estrelas pelas direcções do CDS-Madeira, que a altura dos actos eleitorais os apresentava sonhando apoderar-se do pódio.
Conclusão: Acumulação de derrotas, repetindo as mesmas estratégias em novos actos eleitorais, onde a emenda é pior que o soneto.
Rui Barreto, que já anda em campanha eleitoral desde Dezembro de 2016, sendo o primeiro rosto visível a candidato à Câmara do Funchal está no seu direito de escolher para a sua equipa quem entender. Ontem, um órgão de informação local anunciou a candidatura de um ex-árbitro madeirense, Marco Ferreira, que terminou da pior maneira a sua carreira ao ser despromovido (injustamente) de árbitro nacional e internacional. Nunca esteve envolvido em política e por artes mágicas o chapéu do “ilusionista” Rui Barreto tira da cartola um árbitro que, desculpem-nos, já vem derrotado à partida. Qual o pelouro, caso seja eleito, que ocupará?  Desporto – lazer e social …!  É uma cara nova, e faço votos para que puxe os cartões, de preferência o vermelho…
Dizem que o povo é soberano… tenho dúvidas. Essa arma que é o voto continua a ser depositada nas urnas às cegas. É simplesmente o “descarrega” nos cadernos eleitorais.
Ainda há quem seja deputado regional, vereador às quintas ao mesmo tempo, deputado municipal e até presidente da Assembleia Municipal, como acontece no Funchal e em Santana. Há quem fale do Agostinho Cardoso, que tinha sete empregos. Com todo o respeito, na minha opinião o CDS não precisa de árbitros mas sim de jogadores… Desculpem vou ficar por aqui.