Contacto com sarampo e recusa em vacinar pode levar a quarentena escolar

Através de ofício circular da DRE, os estabelecimentos de ensino da Região estão instruídos para atuar preventivamente. Qualquer membro da comunidade escolar que se recuse vacinar, depois de ter estado exposto a doença infeciosa, deverá ser afastado da instituição durante 21 dias após o contacto.

As escolas da Madeira estão já na posse das últimas orientações da Direção-Geral da Saúde sobre como proceder relativamente ao sarampo e outras doenças infeciosas.

De acordo com as autoridades nacionais, os estabelecimentos de ensino deverão optar pelo afastamento temporário escolar de qualquer elemento da comunidade educativa que se recuse vacinar, sobretudo quando se verifique a existência de contacto com um doente em fase de contágio. Nestes casos, em situação de pós-exposição, a DGS aconselha a não frequência da instituição durante 21 dias após o contacto.

Numa altura em que o ano letivo está na sua fase final, o gabinete de Francisco George recomenda igualmente a verificação do Boletim Individual de Saúde (Boletim de Vacinas), no ato de matrícula e sua renovação, de maneira a garantir que a vacinação está em dia. Caso, se verifique incumprimento ou atraso, os pais devem ser aconselhados a ir ao centro de saúde para atualização das vacinas.

Uma questão controversa e que tem motivado aceso debate, na sequência do recente surto de sarampo que já fez uma vítima mortal em Portugal. A discussão sobre a obrigatoriedade da vacinação tem estado na ordem do dia, na medida em que põe em confronto as liberdades individuais e o direito à saúde de uma população.

Ainda no âmbito da saúde escolar, o diretor-geral da Saúde garante “não haver razões para temer uma epidemia de sarampo de grande magnitude”, uma vez que a larga maioria das pessoas está protegida.

Na Madeira, os centros de saúde estão disponíveis para prestar informações e esclarecer dúvidas sobre a situação do sarampo, enquanto doença, cadeia de transmissão, vacinação e grupos de risco.

Para além deste contacto direto, o Ministério da Saúde está disponível para apoiar a comunidade escolar, através do endereço infosarampo@dgs.pt. Por outro lado, a Linha Saúde 24 (808 24 24 24) assegura, como habitualmente, respostas concretas às questões colocadas pelo telefone.

Uma nota do IASaúde dá conta que está a ser feito na Madeira o levantamento de crianças elegíveis e com prioridade para cumprirem as duas doses de VASPR. De acordo com as últimas informações, foram já notificadas algumas dezenas de casos para atualizar o plano de vacinação, não havendo registo, porém até à data, de nenhum caso de sarampo na Região.

Tal como no resto do país, a cobertura vacinal na Madeira, relativamente ao sarampo, é bastante alta, sendo superior a 98% para a primeira dose e de 97% para a segunda.

Por esta razão, e também pela imunidade de grupo, a probabilidade de propagação do vírus é muito reduzida, incluindo em meio escolar.

O último caso de sarampo confirmado na RAM remonta a 2013, reportando-se ao caso de uma turista alemã não vacinada.

A vacinação é reconhecida como a principal medida de prevenção.

A vacina contra o sarampo está disponível nas unidades de saúde e é gratuita. É combinada com as vacinas contra a parotidite epidémica (papeira) e a rubéola, numa única administração, pelo que é conhecida pela sigla VASPR.

As idades recomendadas no atual Programa Nacional de Vacinação, que entrou em vigor em 2017, são aos 12 meses para a 1ª dose e aos 5 anos para a 2ª dose. A vacinação antes destas idades está prevista no Programa Nacional de Vacinação para situações excecionais, sendo apenas administrada mediante prescrição médica e respetiva fundamentação, em particular para pessoas que estiveram em contacto com doentes.

O sarampo é uma doença infectocontagiosa causada por um vírus com uma evolução, habitualmente, benigna mas que pode ter consequências graves.

A imunidade resulta do efeito de proteção indireta da população quando a grande maioria está vacinada. Assim, o vírus não encontra “terreno” para circular e provocar doença. Por outro lado, também se compreende que a imunidade de grupo protege toda a comunidade, nomeadamente as poucas crianças que, por circunstâncias específicas, não estão vacinadas.
De acordo com as autoridades, é importante que todas as crianças sejam vacinadas, para benefício próprio e da população em geral.

A história, em Portugal, regista um sucesso neste domínio, na medida em que o Programa Nacional de Vacinação alcançou as metas mais exigentes a nível da Europa.