Ireneu Barreto homenageou memória de combatentes madeirenses na 1ª Guerra Mundial

 

O representante da República enfatizou hoje a dimensão trágica da Grande Guerra, na cerimónia de homenagem a dois madeirenses mortos no conflito, o tenente Henrique José de Sousa Machado e o 2.º sargento Alberto Sena Mendes. Ambos foram homenageados com a atribuição da toponímia de trechos de artérias do Funchal, nas proximidades do antigo paiol, hoje sede da Liga dos Combatentes.

“No âmbito das comemorações do Iº centenário da Iª Grande Guerra, é imperioso recordar e homenagear os militares portugueses, em especial madeirenses, que tiveram uma participação heróca por Portugal e pela nossa Região”, disse Ireneu Barreto.

“Ainda que as hostilidades tenham chegado por mar a estas ilhas, é hoje claro que o maior impacto do conflito na sociedade madeirense foi o chamamento dos seus filhos para lutarem na “Guerra que ia acabar com todas as guerras”. Oriundos de todos os concelhos da Madeira e de todas as classes sociais, jovens madeirenses lutaram e sacrificaram-se pela Pátria durante a Iª Grande Guerra”, sublinhou. “É a memória desse sacrifício”, disse, que justifica a homenagem que reuniu diversas entidades hoje na freguesia de São Pedro, Funchal, para “imortalizar publicamente os nomes do tenente Henrique José de Sousa Machado e do sargento Alberto Sena Mendes, que aqui nasceram, cresceram e ingressaram na vida militar”.

O tenente Sousa Machado nasceu a 25 de Julho de 1879, e tombou em combate a 31 de Outubro de 1914, em Angola, no ataque alemão ao posto de Cuangar, esclareceu Ireneu Barreto.

Já o sargento Sena Mendes nasceu a 30 de Abril de 1889, e viria a cair em combate contra as forças alemãs em 18 de Dezembro desse mesmo ano, em Naulila, Angola.

Ireneu Barreto recordou Angola, “teatro da grande guerra quase esquecido, onde, mesmo sem declaração formal de guerra e perante a complacência britânica, a contiguidade com colónias alemãs provocou diversos conflitos de fronteira, nos quais apenas o heroísmo dos soldados portugueses, sem preparação e sem recursos, conseguiu impedir os propósitos do exército mais bem equipado do Mundo”. Local onde “viveram, lutaram e sucumbiram estes nossos militares, sem apoio médico sanitário apropriado, com uma alimentação desadequada, actuando ainda num contexto de hostilidade das populações”.

“Nem sempre a História escrita faz jus às personagens marcantes que mudaram o seu curso. Assim como nem sempre a sociedade recorda os seus heróis no tempo próprio e com as honras devidas”, sublinhou.

Ireneu elogio a conjugação de esforços da Câmara Municipal do Funchal e do Comando Militar da Madeira que permitiu concretizar esta homenagem, bem como o papel fundamental da Liga dos Combatentes, cuja dinâmica para dignificar e honrar todos aqueles que caíram pela Pátria, concretizada em inúmeras iniciativas e comemorações, nos últimos anos e protagonizada, a nível nacional, pelo senhor general Chito Rodrigues e, a nível regional, pelo senhor tenente-coronel Laureano, nunca é demais realçar e elogiar”.