PCP denunciou em São Martinho pressões sobre trabalhadores dos supermercados Continente

O PCP esteve hoje em São Martinho, junto ao supermercado Continente, onde o dirigente Ricardo Lume referiu que o partido tomou conhecimento de uma situação grave, na RAM, de “inaceitáveis pressões, sobre trabalhadores da rede de supermercados Continente”.

“Relatos concretos que nos foram transmitidos dão conta de situações verdadeiramente inaceitáveis, como por exemplo, exigir acordos para rescisão de contrato, e assim extinguir vínculos de trabalho permanentes para posteriormente substituir por vínculos de trabalho precários. Para além dessa realidade temos conhecimento, que existe falta de mão-de-obra, situação que obriga aos funcionários a desempenhar varias funções para além das que estavam consagradas inicialmente na sua categoria profissional. Êxistem relatos de vários trabalhadores, que devido à pressão exercida e pelo excesso de trabalho necessitaram de baixas por fadiga física e psicológica”, denuncia o dirigente e parlamentar do PCP.
Conforme denunciou, estas práticas ajudam a que os trabalhadores assinem a rescisão de contrato perdendo assim o vínculo laboral à empresa.
O PCP sublinha que a rede de supermercados onde isto se passa é a que mais lucro teve em 2016 em Portugal.
Tendo em conta esta realidade, o grupo parlamentar do PCP questionou o Governo Regional sobre esta situação, perguntando que conhecimento tem o Governo Regional sobre esta matéria e que medidas serão tomadas face a este relato de práticas de intimidação, sobre os trabalhadores.
O combate à precariedade laboral passa também pela defesa dos vínculos de trabalho efectivos já existentes, pois em empresas como o Continente, não existe excesso de trabalhadores, o que existe é uma estratégia, utilizada por esta e outras empresa, para substituir vínculos de trabalho permanentes por vínculos precários ou pela contratação de empresas de prestação de serviços, diz o Partido Comunista. O PCP acusa ainda o Governo Regional e a sua maioria PSD de terem sido coniventes com estas situações que prejudicam os trabalhadores.
“Não basta o Governo Regional propagandear o aumento da intervenção da inspecção de trabalho, é necessário combater estas práticas que são ofensivas para a dignidade dos trabalhadores e que podem transformar-se em verdadeiros dramas sociais”, reclamam.