Cafôfo anuncia deslocalização da ETAR para o Lazareto: custará mais três milhões. Confeitaria Felisberta vai, entretanto, ser recuperada

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O presidente da Câmara Municipal do Funchal deu conta das deliberações tomadas hoje em reunião, ambas por unanimidade, uma delas dizendo respeito à tradicional Confeitaria Felisberta: após o núcleo histórico ter sido duramente atingido durante os incêndios de Agosto no Funchal, a CMF resolveu revitalizar e regenerar aquela área. A Confeitaria Felisberta, datada de 1837 e que tantas boas recordações deixou em várias gerações de funchalenses e até estrangeiros, e que se encontrava num estado de degradação e abandono, ardeu nos fogos que não pouparam a baixa do Funchal. A edilidade, porém, resolveu agora recuperar a memória e identidade cultural do local, pelo que iniciou hoje o processo de expropriação da referida Confeitaria, por um valor de 216 mil euros, que será aplicado na aquisição do edifício, havendo também um estudo feito para recuperar e pôr de novo a funcionar aquela Confeitaria, respeitando a sua memória histórica.

A CMF quer comprar o edifício, reabilitá-lo e concessionar, posteriormente, a privados a sua exploração. “O edifício manterá mais ou menos as suas características, sendo no entanto criado, no andar superior, um salão de chá que antes não existia”, disse Paulo Cafôfo. O mobiliário, com as suas vitrines características, será recriado, para replicar o ambiente da antiga Felisberta.

Outra deliberação tomada diz respeito à ETAR do Funchal, e que, de acordo com regras europeias, deve realizar o tratamento primário das águas residuais. Cafôfo diz que uma necessária evolução levará a que a ETAR seja construída na zona da ribeira do Lazareto. O projecto já esteve pensado para o campo Almirante Reis e para o campo do Liceu Jaime Moniz, mas estudos de impacte ambiental e posições da Secretaria Regional da Educação indicaram o Lazareto como zona mais apropriada, referiu Cafôfo. “Há uma alteração ao projecto, havendo uma deliberação no sentido de o contrato feito com a empresa que tem estado a fazer os estudos e a executar os projectos adaptar o que estava pensado para o Almirante Reis, para o Lazareto”, acrescentou.

As águas residuais do Funchal, disse o edil, dividir-se-ão numa parte que vai para o Lazareto e outra que vai para Câmara de Lobos, para a zona dos Socorridos. Há, disse, um compromisso do Governo de, na parte que não é co-financiada, ser o GR a assumir esses valores, conforme já foi feito pela Secretaria Regional do Ambiente.

A obra para os Socorridos pode já avançar, anunciou.

A obra da ETAR para o Almirante Reis era de 12 milhões de euros. Agora tem de ser feito um ajuste, devido à deslocalização para o Lazareto, o que poderá andar à volta dos 15 milhões de euros. Há, pois, um aumento de pelo menos três milhões.