Turismo invade Rabaçal como evasão à cidade ardida e fica rendido à Levada da Lagoa do Vento

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Todos procuram um recanto para deixar a viatura, num espaço exíguo, para depois se fazerem à marcha. Fotos Catarina Rodrigues.

Há um lado verde, exuberante e majestoso da emblemática paisagem madeirense que continua imaculado. São vários esses pontos divinos que desenham a Ilha mas o Rabaçal exerce um fascínio particular junto dos turistas e também dos portugueses, nomeadamente das famílias. Nestes dias estivais de agosto, tem sido avidamente procurado.

levada3Contudo, durante o percurso de carro até ao Rabaçal, há que primeiro contornar uma realidade de má memória com marcas indeléveis no terreno: o resultado dos incêndios que fustigaram os Canhas, Arco da Calheta e o Paul da Serra. A fotografia da realidade é cruel. Não é, de facto, um bom cartaz para ninguém ver serras calcinadas pelas chamas e a natureza levará décadas e décadas a regenerar-se.

levada1Depois,  é como passar depois do inferno ao paraíso, rumo ao Rabaçal. Tudo é verde, imponente, fresco e convidativo a fazer-se à estrada para uma higiénica caminhada em comunhão com a natureza. O turismo domina, numa pluralidade de línguas e um ou outro português a falar num registo familiar. Tudo muito ordeiro e focados na passeata serra adentro.

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Existe alguma sinalização mas deverá ser ainda melhor e mais precisa, ao longo dos percursos.

levada5O estacionamento é exíguo e os carros amontoam-se para que as famílias possam fazer os seus percursos montanha adentro, envoltos por um clima soalheiro mas ameno. Há muito por descobrir e contemplar.

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A serra que tudo esmaga com a sua beleza.

A Levada da Lagoa do Vento é das mais procuradas pelas famílias, apesar de não haver uma sinalização completa e precisa da mesma. É, no entanto, fácil de ser feita, durante duas horas de caminhada, ida e volta. É o oxigénio que falta para voltar à cidade cosmopolita, a braços com as suas intempéries.

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Os animais a pastar displicentemente na serra-

E a natureza não precisa de mais legendas. Fala e envolve-nos por si só, na sua imensidão, silêncio e beleza. Ali se desterram mágoas e ansiedades e permanece a calma e a contemplação do belo, até quando o Homem quiser.

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Dia de movimento, no Rabaçal, num sábado da segunda quinzena de agosto.