Incêndios: Jardim justifica-se e louva atual Governo Regional e autarquias

alberto joão jardimAs ondas de choque provocadas pela tragédia dos incêndios chegam agora à esfera política.

Alberto João Jardim, no rescaldo dos últimos três dias de combate em várias frentes e consequências devastadoras, vem clarificar o trabalho realizado pelos seus executivos na área da prevenção de incêndios e gestão florestal.

Numa publicação, na sua página oficial do facebook, o ex-governante apresenta uma série de argumentos e considerações, naquilo que sintetiza como “Pontos nos I’s”.

Curiosamente, não tece nenhum comentário sobre a questão dos meios aéreos de combate a incêndios, matéria em que está a ser responsabilizado. Ainda ontem, Fernando Curto, da Associação Nacional de Bombeiros Profissionais, apontava os anteriores Governos de Jardim como responsáveis pela ausência destes aparelhos na Madeira. “Falta de vontade política”, assegurou.

Condenando os aproveitamentos políticos da questão, Alberto João Jardim deixa no entanto palavras de elogio aos Governo da República e Regional e autarquias.

Reproduzimos então o teor da sua publicação:

1. Os catastróficos incêndios, cuja origem há muito exigem a mais rigorosa investigação, de novo constituíram pretexto para considerações de ordem política.

2. Quero lembrar que os meus Governos:

a) Criaram o Serviço Regional de Protecção Civil, indispensável à coordenação operacional e de meios;
b) Construiram novos quartéis de Bombeiros de forma a cobrir todos os Concelhos, quadrícula e articuladamente operacionalizados com o Serviço Regional de Saúde;
c) Recusaram as propostas de fusão dessas Corporações;
d) Construiram infra-estruturas diversas sem as quais seria impossível o acesso e a disponibilidade de água e de outros meios para efectivo combate às catástrofes;
e) Entregaram viaturas e material comprovadamente adequado, embora tais entregas tivessem sido alvo de chacota política por parte dos energúmenos do costume;
f) Institucionalizaram formação técnica ainda agora bem comprovada, quer ao nível dos Bombeiros, quer das respectivas Hierarquias;
g) Conduziram o sector com firmeza democrática, na medida do possível barrando tentativas de instrumentalização política de Instituições que, por definição, estão acima disso e ao Serviço do Povo;
h) Sempre que ante várias catástrofes então sofridas, respeitando a dôr de cada um, passaram de imediato e intransigentemente a uma acção reconstrutiva.

3. É necessário retirar lições das consequências de fundamentalismos pseudo-culturais, ditos de “ordenamento”, que criam zonas altamente combustíveis em prédios abandonados por não os deixam ser atractivos em termos de investimento para a sua reabilitação. Ou de fundamentalismo sobre “propriedade privada” que impedem a limpeza das respectivas matas. Questões que nos valeram feroz oposição.

4. É hora de todo o Povo agradecer o esforço heroico dos Bombeiros, bem como a louvável intervenção impecável das Forças Armadas e das Forças de Segurança, assim como dos Trabalhadores de todos os Serviços e Empresas cooperantes, e ainda das Instituições de Voluntariado e de Solidariedade Social. E, com Justiça, louve-se igualmente o empenho e o esforço das Autoridades regionais, autárquicas e nacionais.