Paulo Barbosa e CMF apresentam Funchal Jazz

oi000031.jpg

Fotos: Rui Marote

O Salão Nobre da Câmara Municipal do Funchal serviu hoje de palco à apresentação oficial do Funchal Jazz 2016, que este ano se realiza a 14, 15 e 16 de Julho e que conta com artistas de primeiro plano da cena jazzística internacional. Paulo Barbosa, que com Marco Chaves, formam a dupla da empresa ‘Choose Fantasy’ responsável pela programação, fez uma extensa introdução aos nomes que actuarão na edição deste ano.

O primeiro dia do Festival que leva muita gente ao Parque de Santa Catarina será preenchido com a actuação do Fred Hersch Trio e de Antonio Sánchez & Migration. Já o segundo concerto oferece a oportunidade de ouvir o consagrado duo português Maria João e Mário Laginha e Rudresh Mahanthappa Bird Calls, e o terceiro propõe e o Sexteto de Jazz de Lisboa e Gregory Porter.

oi000032.jpg

Agradecendo aos sponsors do projecto, Paulo Barbosa dirigiu-se a três personalidades colocadas em evidência – o presidente da CMF, Paulo Cafôfo, Vítor Calado, do banco Totta, e Paulo Prada, do Grupo Pestana, para realçar, perante os mesmos e o público que assistia à sessão de apresentação, a qualidade dos intérpretes que se deslocam ao Funchal este ano.

Abordando a qualidade do trabalho desenvolvido por Fred Hersch e Antonio Sanchez (o primeiro, já um senhor do jazz com anos de experiência, o segundo, uma revelação de criatividade que, inclusive, ganhou um Grammy pela banda sonora do oscarizado filme ‘Birdman’, Barbosa sublinhou, contudo, que é Gregory Porter a “referência mais bombástica” do Festival de 2016, um músico que “tem derrubado fronteiras entre estilos musicais”, que traz uma banda com imensa experiência em actuações ao vivo e que é um grande improvisador em palco. Além do mais, reconheceu, é um artista que merece o agrado pessoal do edil funchalense.

oi000033.jpg

O orador destacou também, naturalmente, o nível dos outros músicos, desde os nacionais Maria João e Mário Laginha, que tocarão música dos seus dois últimos álbuns, a Rudresh Mahanthappa, que se inspira em Charlie Parker, o conhecido ‘Bird’. Também o Sexteto de Jazz de Lisboa mereceu menção especial, reunido num encontro revivalista que permitirá relembrar em grande os anos 80.

Paulo Barbosa fez também menção às ‘jam sessions’ no clube de jazz ‘Scat’, que vão até altas horas da madrugada e frequentemente registam a participação dos músicos que actuam no Parque de Santa Catarina. São uma ponte de intercâmbio com os músicos locais e os aficionados madeirenses.

Os bilhetes custam 15 euros por concerto, 30 euros um bilhete para os três dias. O parque de estacionamento do La Vie estará aberto, nesses dias, pelo menos até às 2 da manhã. Segunda-feira, às 19 horas, haverá também um ‘happening’ musical promovido pela Meo, um cocktail animado, na sua loja na Avenida Zarco.

Por seu turno, Paulo Prada elogiou a “fasquia elevada” da programação e Paulo Cafôfo relevou que este é já um festival de cariz internacional, que traz ao Funchal turistas interessados em ver os concertos. Quanto à qualidade, declarou: “Pensávamos que no ano passado já tínhamos atingido o máximo, mas este ano a fasquia subiu ainda mais”. Fazendo a apologia da decisão da CMF de optar por procedimento concursal para a organização deste Festival, admitiu que existia o risco da qualidade da programação sofrer com isso, mas tal, garantiu, não se veio a verificar, antes pelo contrário: “Exigimos que os artistas sejam pessoas premiadas e com distinções internacionais”. O autarca referiu também que o Festival não se esgota em si mesmo, mas estabelece pontes com o Conservatório, cujos combos de jazz também actuam paralelamente, e com outras instituições e manifestações artísticas.

“Este é já um Festival ímpar a nível internacional”, insistiu.

Os intérpretes

Fred Hersch, considerado pela Jazz Journalist Association o pianista número um do ano, tocou com nomes sonantes do jazz e gravou mais de 30 discos. Com John Hébert (contrabaixo) e Eric McPherson (bateria) formou o seu trio definitivo, considerado recentemente pelo Wall Street Journal como um dos maiores ensembles da actualidade.

Antonio Sánchez, considerado o baterista número um do ano pelo Jazz Times 2015 Critics Poll, recebeu 5 prémios Grammy e tem tocado com nomes tão sonantes como Pat Metheny, Chick Corea, Brad Mehldau e Joe Lovano, entre outros. Foi convidado pelo realizador Alejandro González Inárritu para criar a banda sonora do filme ‘Birdman’, que venceu quatro Oscars. Apresenta-se no Funchal com Thana Alexa (voz), Seamus Blake (sax tenor), John Escreet (piano) e Matt Brewer (contrabaixo, baixo eléctrico).

Maria João e Mário Laginha tocarão com João Frade (acordeão), Bernardo Moreira (contrabaixo) e Alexandre Frazão (bateria). Já Rudresh Mahanthappa (sax alto) actuará com Adam O’Farrill (trompete), o pianista Bobby Avey, o contrabaixista Thomson Kneeland e o baterista Rudy Royston.

O Sexteto de Jazz de Lisboa é constituído por Tomás Pimentel (trompete, filiscórnio), Ricardo Toscano (sax alto), Edgar Caramelo (sax tenor), Mário Laginha (piano), Francisco Brito (contrabaixo) e Mário Barreiros (bateria).

Gregory Porter tocará, por seu turno, com Tivon Pennicott (sax tenor), Chip Crawford (piano), Jahmal Nichols (contrabaixo) e Emanuel Harrold (bateria). Este é um músico multifacetado, que tanto dá cartas no jazz como no Soul, Rythm and Blues e Gospel, elementos que incorpora nas suas composições e nas suas actuações de improviso.