“A PASSOS largos viro costas ao meu país”. Um grito de protesto dos irreverentes estudantes de Coimbra na Queima das Fitas que se celebra em Coimbra, assim como no Porto e até na Madeira.

A capital da tradição académica desafiou o mau tempo e fez sair hoje à rua o tradicional cortejo alegórico, mesmo com um cenário de chuva e frio. Adversidades a que os finalistas e demais participantes já estão habituados, após “queimarem as pestanas” à volta dos livros, anos a fio.

Munida de impermeáveis e acessórios para a chuva, a população quis assistir ao desfile e à folia dos estudantes, um dos momentos altos da Queima e responderam à chuva com os “refrescos” habituais para aquecer a alma estudantil. Um cortejo habitualmente apimentado com cartazes alegóricos críticos sobre a conjuntura política e académica atual.

A Semana Académica abriu ontem, à meia noite, com a tradicional Serenata, junto à Sé Velha, obviamente à chuva. As capas negras cobriram as históricas escadarias e os acordes da “Coimbra é uma lição” continuam a fazer história.

Durante uma semana, Coimbra cumpre a tradição de festejar a Semana Académica com a animação da praxe e fazendo votos para que regresse os dias de sol, a contrariar a meteorologia.

No Porto, a Federação Académica da Universidade do Porto encerra hoje mais uma Queima das Fitas no Queimódromo, neste momento ao rubro, ao som dos Buraka.

Neste sábado, os finalistas da Universidade da Madeira também fizeram a festa da Queima das Fitas, com o tradicional cortejo e celebração litúrgica. Um momento sempre marcante na vida destes novos doutores que esperam ser bem acolhidos pelo mundo do trabalho e não por governantes que os convidam a virar costas ao país.