Palestra da Diocese: Papa olha recasados e elimina o rótulo de pecadores

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Fotos FN

Na recente Exortação Apostólica “A Alegria do Amor”, o Papa Francisco avança com uma novidade: os cristãos recasados já não vivem em pecado ou em situação de adultério, como tradicionalmente tem sido visto pela Igreja Católica. Um pequeno, grande avanço, pela mão do Papa Francisco, que nos tem já vindo a habituar com os ares de mudança.

Esta e outras informações foram veiculadas, no fim da tarde de ontem, na Igreja do Colégio, numa conferência sobre a nova Exortação Apostólica do Papa, denominada “A Alegria do Amor”, centrada nas questões da família e na urgência do seu amor, pelo  orador cónego Jorge Cunha, doutorado em Teologia Moral e professor da Universidade Católica Portuguesa.

A palestra foi organizada pela Diocese do Funchal e nela participaram inúmeros cristãos da Madeira e demais curiosos, com a presença do Bispo da Diocese do Funchal, D. António Carrilho, desta feita na qualidade de espetador.

Este sacerdote da Diocese do Porto abordou também o controverso tema da eutanásia, defendendo que é contrário às leis do cristianismo apressar a morte de um cristão com um químico letal. Deve-se sim cuidar, acompanhar e ajudar a morrer com a toda a dignidade e com os cuidados prestados pelos cristãos.

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Sobre a Exortação Apostólica, o cónego Jorge Cunha salientou que o texto resultou de um inquérito prévio aos cristãos e do Sínodo dos Bispos sobre a Família. “Não é um texto doutrinal mas uma meditação afetiva sobre a família. O Papa consegue falar para o mundo com esta meditação e com o calor das suas palavras. Um Pastor que escuta o seu povo. O que o Papa Francisco pretende é uma escuta do tempo presente, abordando com um olhar misericordioso os muitos problemas que a família enfrenta hoje. Tem um olhar benevolente para com a família. Afinal, como dizia Saramago num dois títulos das suas obras, todo o ser humano é um levantado do chão”.

Num dos capítulos mais polémicos do livro “A Alegria do Amor”, apesar de ter ficado aquém das expetativas dos divorciados e recasados da Igreja, uma vez que continuam excluídos da comunhão na liturgia, a verdade é que foram dados alguns passos inovadores neste Sínodo dos Bispos sobre a Família. Pelo menos, os recasados não estão excomungados nem estão em pecado de adultério. Podem ser sempre reintegrados na vida sacramental.