O Funchal Notícias preenche hoje as memórias com uma figura incontornável da política autonómica madeirense: Paulo Martins. Infelizmente, já não faz parte do mundo dos vivos, mas deixou marca em quem com ele trabalhou e a comunicação social bem conheceu o estilo e o trabalho deste homem de esquerda, combativo e aguerrido.

Paulo Martins nunca integrou qualquer cargo do poder regional e o seu trabalho foi sempre lutar na oposição por um regime político de liberdade e de justiça para com os madeirenses. Naturalmente com erros pelo meio e contradições. Mas na memória daqueles que acompanharam Paulo Martins ficou a imagem de um político que fazia logo o trabalho de casa, estudava os dossiers e levantava os problemas com uma rapidez e fundamentação tremendas, quando outros nem sequer tinham dado por certas questões que ele já antevira.

Primeiro, afirmou-se na UDP-M, de braço dado com o não menos histórico padre Martins Júnior. Depois, com a saída deste para o PS/M, Paulo Martins continuou o seu combate, evoluindo mais tarde para o Bloco de Esquerda. O atual líder, Roberto Almada, dava os primeiros passos neste partido. Curiosamente, era ver sempre Paulo Martins com um grupo de apoiantes fiel, presente e que ainda hoje, numa segunda linha de intervenção, mas sempre a marcar presença nos eventos apesar da longevidade política.

A doença fê-lo retirar-se cedo da cena política regional e do mundo dos vivos. Mas o seu combate e a forma abnegada como viveu a política ficam na história da autonomia madeirense.