As preocupações com a situação do BANIF estão a reflectir-se na população, e testemunho disso mesmo é o que fomos encontrar por volta das 15h10 nas dependências deste banco no centro do Funchal, à Rua de João Tavira. Uma afluência que não é descomunal, revelando o pânico típico de uma corrida aos bancos – mas que pelo menos é sem dúvida insólita, depara-se aos olhos do visitante.

Basta permanecer alguns momentos no interior do banco para perceber que a esmagadora maioria das pessoas que se encontram lá dentro neste momento têm por objectivo levantar as suas poupanças. O Funchal Notícias testemunhou pessoas a levantarem, em dinheiro vivo, uma quantidade impressionante de notas, que depois levavam dentro de bolsas. O vaivém do fornecimento de liquidez é aparente, num segurança que transporta constantemente uma mala preta e que sai e entra do banco, dando a ideia de que este poderá estar a ficar sem liquidez imediata para atender aqueles que querem levantar em ‘cash’. Um número já pouco habitual de seguranças começa, pouco a pouco, a controlar a entrada e a saída de pessoas, posicionando-se perto das portas e aparentemente limitando as entradas. E continuam a chegar mais pessoas.

Lá dentro, as conversas em surdina vão todas bater ao mesmo, a situação de suposto pré-fecho da instituição bancária, da venda da sua “parte boa” à Caixa Geral de Depósitos, da situação complicada que o mesmo vive actualmente, com as suas acções a caírem a pique.

Apesar da garantia em vigor em Portugal, de acordo com a legislação, supor apenas possíveis perdas para os depositantes com mais de 100 mil euros no banco, mesmo os que têm menos não confiam e não arriscam, querem é o seu dinheiro. Uns com mais paciência, outros menos, mas até agora de forma perfeitamente civilizada e ordeira, vão aguardando a oportunidade de ser atendidos. Há um ambiente de tensão patente.