Portugal quer estar na primeira linha no auxílio humanitário aos refugiados

Ministro da Presidência, Luís Marques Guedes
Ministro da Presidência, Luís Marques Guedes

*Com Lília Castanha

Luís Marques Guedes,o ministro da Presidência, afirmou esta quinta-feira que “Portugal quer estar na primeira linha” na ajuda humanitária aos refugiados, avançando que o Governo já está a trabalhar com as instituições públicas e associações da sociedade civil para planear o acolhimento.

“O Governo desenvolveu ao longo dos últimos dias, desde a semana passada, contactos e reuniões de trabalho com as autarquias, associações da sociedade civil, instituições de solidariedade social e instituições religiosas também ligadas ao apoio e ao acolhimento social, no sentido de promover todas as sinergias nacionais para preparar o acolhimento dos refugiados, numa acção de solidariedade e auxílio humanitário em que Portugal quer estar na primeira linha”, declarou Luís Marques Guedes.

O ministro da Presidência, que se pronunciou na conferência de imprensa ocorrida no final da reunião semanal do Conselho de Ministros, lembrou ainda que já está marcada para segunda-feira uma reunião europeia para se debater em conjunto “a resposta europeia a dar ao problema dos refugiados”.

FOR USE AS DESIRED, YEAR END PHOTOS - FILE -In this March 4, 2011 file photo, men from Bangladesh, who used to work in Libya but recently fled the unrest, walk with their belongings alongside a road, as they head to a refugee camp after crossing the Tunisia-Libyan border, in Ras Ajdir, Tunisia. (AP Photo/Emilio Morenatti, File)
AP Photo/Emilio Morenatti, File

“Portugal obviamente que acompanhará, com o máximo de solidariedade aquela que vier a ser a decisão das instituições europeias e estamos já a trabalhar a nível nacional, quer com as autoridades públicas, quer com as autarquias e a sociedade civil no sentido de preparar o melhor possível os mecanismos de acolhimento para esses refugiados”, disse o governante.

Portugal vai acolher 3.074 refugiados, segundo a recolocação de mais 120 mil pessoas por todos os Estados-membros, de acordo com o que anunciou o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker na quarta-feira.

Conforme os números divulgados, Portugal vai receber 400 refugiados que se encontram neste momento em Itália, mais 1.291 que estão na Grécia e 1.383 que chegaram à Hungria.

As misericórdias estão prontas para acolher grande parte dos refugiados que vão chegar a Portugal. O presidente da União das Misericórdias Portuguesas, Manuel Lemos, afirma que atualmente está a ser feito o levantamento das capacidades de cada instituição, mas a disponibilidade é total e nesta situação, o dinheiro é o que menos interessa.

“A questão financeira, devo dizer que não foi objecto da minha preocupação. Pusemos as pessoas à frente do dinheiro. Veremos como isso se faz, o dinheiro sempre se arranja”, referiu Manuel Lemos.

O dirigente não se vincula com números mas não tem dúvidas que as misericórdias querem exercer uma ação decisiva neste processo. “A meio da próxima semana teremos números, mas com certeza vamos contribuir decisivamente para acolher aquele número que vi ontem na comunicação social, de que seriam cerca de cinco mil. Diria que estaremos em condições para acolher uma boa parte dessas famílias que os governos e a União Europeia entendam enviar para Portugal”, reitera.