O restaurante “Beer House”, junto ao porto do Funchal, está a ter sérios prejuízos com as sucessivas obras na cidade. Desde o temporal 20 de fevereiro de 2010 para cá que as máquinas não páram na zona, à direita e à esquerda, afugentando os clientes num tempo já de crise económica. Resultado: esplanadas vazias, os poucos clientes que resistem vão acusando o desgaste do barulho e já não regressam e as contas da empresa por pagar, porque os fornecedores não fazem descontos especiais devido a obras na vizinhança.

As obras na Avenida Sá Carneiro prometem ser rápidas. Na foz da antiga Ribeira de São Lázaro (São João), as máquinas da AFA trabalham a todo o transe. Mas lá está o ruído ensurdecedor e as poeiras a cobrir o requintado espaço de restauração que contava com uma clientela regular. No meio fica o “Beer House” a ver os clientes fugir. A este e leste tem um miradouro de gruas, buldozers, camiões e outro “material de guerra” da construção que dá apoio ao alargamento da Sá Carneiro e ao pontão a sul.

Há bem pouco tempo, o proprietário do restaurante tinha suspirado de alívio quando terminaram as obras do pós-temporal de 2010, que se arrastaram por ano e meio. Mas as máquinas regressaram em nome de um progresso necessário da cidade. O proprietário do negócio não discute o progresso e reconhece que não há desenvolvimento sem obras e incómodos daí resultantes. Mas são anos nisto e a questão fica no ar: quem paga os prejuízos colaterais? Acontece que o “Beer House” fica “ensanduichado” neste estaleiro e sem clientes para rentabilizar o negócio.