Conheça a Calheta: o mais extenso e rico concelho da Madeira

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A Calheta tem-se afigurado como uma das primeiras opções do madeirense e até mesmo do turista como alternativa à rotina da capital da Madeira. Um passeio à Calheta é uma opção que conjuga o mar e a serra, com a mais-valia de um clima sempre abençoado pelo eterno sol.

Antes da denominada Madeira Nova, fazer uma reportagem na Calheta era preparar-se para uma chamada “descida aos infernos”. Eram logo cerca de duas horas de automóvel, a vencer curvas e contracurvas  muitas náuseas por um longo e infindável caminho. Ficaram-nos na retina as longas maratonas do residente cessante do Governo Regional quando, na década de 80, começou a rasgar estradas, a inaugurar caminhos, numa era pré-túneis e de vias rápidas. Era sair de manhã e voltar à noite com a reportagem quase pronta para publicar e o estômago às voltas com o percurso.

Hoje, o cidadão vai à Calheta com uma rapidez e facilidade tremendas. Os túneis comeram a rocha e o betão encurtou distâncias e obstáculos. Uma hora será talvez o suficiente para chegar à Calheta e desfrutar da beleza daquele que é considerado o mais extenso concelho da Madeira, cerca de 116 km2 e com um total populacional de cerca de 12 mil habitantes. Situado entre o sul e o extremo oeste da Ilha, foi um dos primeiros recantos da Madeira a ser povoado. Deste município fazem parte oito lindíssimas freguesias: Arco da Calheta, Calheta, Estreito da Calheta, Jardim do Mar, Paúl do Mar, Prazeres, Fajã da Ovelha e Ponta do Pargo. Dada a extensão e beleza do concelho, os investimentos de turismo rural abundam nesta zona da Madeira, aproveitados por madeirenses e turistas para passarem fins de semana ou então períodos de férias como a Páscoa. O próprio Paúl do Mar nunca foi tão solicitado como agora, até mesmo pelos madeirenses para umas férias balneares e para a realização de levadas em comunhão com a natureza. O próprio Bar Maktub faz afluir à zona centenas de madeirenses e turistas, apaixonados pelos ritmos latinos e de Bob Marley.

Que dizer dos Prazeres? Prestar homenagem ao Padre Rui que, com a ajuda de alguns paroquianos, concebeu e tem mantido o investimento da Quinta Pedagógica que é uma atração anual para miúdos e graúdos. A Quinta bem precisa da ajuda de todos, porque não é fácil mantê-la com a diversidade de animais que ali existem e todos bem tratados. Só com a colaboração dos visitantes é que a Quinta continua missão pedagógica de educar os madeirenses e turistas para a preservação da natureza e dos seus animais.

Na Calheta, sede de concelho, a praia continua a ser uma atração, apesar de não agradar a todos. É uma boa proposta para um dia de verão, apoiada pelo hotel Calheta Beach, onde também são servidas refeições e snacks aos visitantes. Os temporais têm também fustigado a Calheta e a queda de rochas das suas escarpas atemoriza, por vezes, os visitantes. Mas é de salientar que a Calheta continua majestosa e muito convidativa para umas férias cá dentro. Nos confins da Ilha, lá está, silenciosa e bela, a freguesia da Ponta do Pargo. São longas extensões de vegetação exuberante, partilhada por um povo trabalhador e simples que acolhe o forasteiro com a habitual hospitalidade, em particular na Festa do Pêro, um cartaz que leva à freguesia muitos forasteiros.

A Calheta é também uma terra de emigrantes, alguns na Venezuela, outros em França, Austrália, Brasil e Inglaterra. Mas todos os anos o município aguarda pela visita imprescindível da sua gente que partiu à procura de um futuro melhor.