“Confiança” acusa: CMF alimenta “clientelas partidárias” com novos cargos

A Coligação “Confiança” mostrou o seu desacordo com a alteração orgânica da CMF que cria três directores municipais, votando contra a medida na Reunião de Câmara de hoje. A coligação diz que se pretendem criar mais 4 cargos de direcção, entre os quais, a criação dos ditos três directores. Estes cargos de direcção superior de 1º grau não existem em qualquer outra Câmara da Madeira, o que “mostra que o executivo de Pedro Calado está mais preocupado em alimentar clientelas partidárias” do que em resolver os verdadeiros problemas do Funchal ou mesmo cumprir as “muitas promessas feitas no período de campanha eleitoral”.

A “Confiança” aproveitou para criticar o “desnorte da actual vereação” que com mais de meio mandato decorrido, ainda anda às voltas com a orgânica, mudando-a pela terceira vez, o que é claramente revelador de “impreparação e instabilidade”, constatado pelo conjunto elevados de dirigentes que já “bateram com a porta” em apenas 2 anos.

Indo mais longe, a vereadora Cláudia Dias Ferreira, refere que “a necessidade de criar uma estrutura intermédia entre os actuais dirigentes e os vereadores, atesta a falta de capacidade de gestão destes últimos, particularmente quando no passado a câmara funcionava sem esses expedientes”.

“O que podemos acrescentar é que entre 2022 e 2023 foram criados mais 22 novos cargos de direcção intermédia, sem que se visse qualquer alteração na capacidade de resposta da CMF e na eficiência dos seus serviços”, salienta Cláudia Dias Ferreira.

Para a “Confiança”, a criação do cargo de directores municipais, com um vencimento de cerca de 3900€ por mês acrescido ainda do subsídio de representação, para “desempenhar o papel de vereadores não eleitos”, serve apenas o propósito de “alimentar clientelas partidárias e alargar o universo de recrutamento de boys de fora da função pública, na tentativa de Pedro Calado em criar o seu próprio Governo Regional na CMF”.

Por outro lado, e em temas antes da ordem do dia, a “Confiança” diz ter sido a voz dos munícipes que a procuram com reais problemas, com os atrasos da aprovação das bolsas ao ensino superior e problemas diversos na área do urbanismo.

Já no âmbito da Ordem de Trabalhos, para além do novo modelo de organização interna da Câmara, foram aprovados com o voto favorável da Confiança os benefícios fiscais, de IMT e IMI; no âmbito da aquisição de habitação e reabilitação urbana por parte de jovens.

Já na área do urbanismo, a Confiança voltou a denunciar a gestão discricionária dos projectos de urbanismo, nas obras particulares, com aprovação, com o voto contra da Confiança, de supressões de alinhamentos dos arruamentos do Funchal, apenas para servir uns poucos em detrimento de muitos.