Escutas marítimos do CNE: 70 anos “Sempre mais além”

Rui Marote
O C.N.E.-Corpo Nacional de Escutas passou a existir na Madeira em 1928. Quando comemorou um quarto de século de existência, em 1953, passou a integrar também os “Escutas Marítimos” na sua organização. A 8 de Dezembro de 1953, estes começaram “a navegar” e cumpriram a sua promessa solene na Sé Catedral do Funchal completando actualmente 70 anos de existência na Madeira sob o mote “Sempre Mais Além”.
A nova Patrulha de Escutas Marítimos chamou-se “Vasco da Gama” e ficou integrada no Grupo 72 (Afonso de Albuquerque), que era liderado pelo chefe Aurélio Palermo. Os “Marítimos” tinham como Guia e Subguia Adelino Cruz e  José Maurílio Fernandes. Incluíam na equipa José Sérgio Baptista Alves, João Silvino Fernandes, Manuel Fernando Jesus Gomes, José Alberto Jesus Rodrigues, Francisco João Rodrigues Abreu, Jorge Emanuel Rodrigues  e Victor Caires.
Os pioneiros do escutismo marítimo foram-se dispersando aos poucos, saindo da ilha rumo à universidade, ou emigrando para outros países, e também integrando o serviço militar. Um dos mais novos elementos, o escuta Francisco João Fernandes Abreu, foi dos primeiros oficiais do exército português cuja vida foi ceifada nos anos Sessenta  na guerra de África. O seu nome está perpetuado na toponímia de uma rua do Funchal.
O escutismo é um movimento cuja finalidade é “educar a próxima geração como cidadãos úteis e de vistas largas com intenção de formar homens e mulheres que saibam decidir por si próprios, possuidores de três dons fundamentais: Saúde, Felicidade e Espirito de Servir, conforme os princípios estabelecidos pelo seu fundador Baden Powell.
Além  disso, o Escutismo não é político nem governamental e está aberto a todo sem distinção de raça ou de credo.
Actualmente na RAM existem dois agrupamentos: o 216 em São Martinho, chefiado por Silvano Rodrigues, com 60 elementos, e o 217, chefiado por Natacha Correia com 30 elementos e que tem sede nas instalações da APRAM- São Lázaro freguesia da Sé.
Esteve muito tempo ligado ao Centro de Treino de Mar, pioneiro na vinda do Sanas para a Madeira, onde integrou muitos escuteiros marítimos, na altura chefiado por Paulo Rosa Gomes. Muitos escutas do 217 deixaram este agrupamento, que deu origem ao 216.
Os escuteiros marítimos possuíam várias embarcações: hoje restam alguns “Vauriens” e “Optimist” e nada mais. Recordamos que a brigada marítima em tempos áureos tinha escaleres, o veleiro “Baden Powell” e o iate “Catherine”, actualmente a apodrecer no Porto Novo.
Prestamos homenagem a Victor Caires e ao chefe médico João Silvino Fernandes, sendo os únicos pioneiros ainda vivos.
Maurílio Fernandes, Subguia, acaba de nos deixar. Desde o passado dia 30 de Setembro que deu entrada no eterno acampamento.
Como antigo escuteiro e chefe do Grupo 88 São Tiago – Santa Maria Maior vou alertar com  antecedência os agrupamentos 217 e 216, a efeméride dos 70 anos dos escutas marítimas com uma deslocação à Sé Catedral, para renovação da sua promessa e colocação de uma coroa de flores em homenagem ao escuta marítimo-pioneiro falecido em combate em Angola.