*Com Rui Marote

A estrutura nacional do CDS-PP veio “demarcar-se expressamente do acordo celebrado entre o PSD-Madeira e o PAN”, numa carta enviada pelo líder nacional, Nuno Melo, aos militantes. “Não obstante”, refere a missiva, “compete exclusivamente ao CDS-Madeira, nos termos dos Estatutos do Partido e no quadro da sua autonomia regional, adoptar uma decisão acerca do acordo e da participação no Governo Regional da Madeira”.

O CDS-PP esclarece que considera o PAN, com quem o PSD negociou um acordo de incidência parlamentar, um adversário politico. “O CDS-PP, como partido do centro-direita e da direita democrática, tem uma visão doutrinal e ideológica completamente oposta e antagónica à do PAN acerca do personalismo, do mundo rural, das tradições e costumes e de todo um modo de vida em sociedade”, esclarece Nuno Melo.

Por outro lado, torna-se claro que “o CDS-Madeira não teve qualquer participação neste acordo de incidência parlamentar com o PAN. Trata-se de um acordo bilateral celebrado apenas entre o PSD-Madeira e o PAN. O único acordo que o CDS-Madeira celebrou foi com o PSD-Madeira relativo à coligação pré-eleitoral “Somos Madeira”.

“Nessa perspectiva”, diz Nuno Melo, o CDS-PP considera que seria possível procurar outra alternativa para garantir a governabilidade da Região no espaço político do centro- direita, rejeitando o PAN pelas razões ideológicos, doutrinais e politicas atrás referidas.

“Teria, aliás, a vantagem de sinalizar ao eleitorado e ao país que há um esforço possível e comum no centro-direita para assumir com estabilidade e coerência as responsabilidades e a viabilidade de uma governação não socialista. Foi esse, de resto, o sentido largamente maioritário da votação dos madeirenses”, referem os centristas.

                                                                                                                                                         O CDS-PP promet continuar a lutar pelas bandeiras da democracia-cristã na Região Autónoma da Madeira e em todo o país, “intransigente na defesa dos nossos valores e combatendo todas as esquerdas e os populismos”.

Este acordo com o PAN parece, portanto, ter revoltado os militantes, que estão a apresentar demissões do partido. Haverá um conselho nacional nas próximas semanas e este tema será um dos que estará certamente no centro das atenções.