Ireneu Barreto solidário com a Ucrânia e defensor da profissionalização das Forças Armadas

Foto DR/RRPM

O Representante para a República na Madeira manifesta o apoio à Ucrânia no conflito que tem vitimado centenas de civis ao longo de meses e defendeu a profissionalização das Forças Armadas, essenciais numa estratégia de defesa nacional e europeia.

Uma nota do discurso de Ireneu Barreto na alocução proferida nas cerimónias evocativas organizadas pelo núcleo do Funchal da Liga dos Combatentes: 104.º Aniversário do Armistício da Grande Guerra,  48.º Aniversário do fim da Guerra do Ultramar,  99.º Aniversário da Liga dos Combatentes , realizadas no dia 11 de novembro de 2022, na Avenida do Mar e dos Combatentes.

Ireneu Barreto fez o paralelo histórico da efeméride que hoje se assinala com a guerra em curso na Ucrânia, na sequência da invasão russa, uma verdadeiro “retrocesso civilizacional”. Segundo Irineu Barreto, “foi a tendência imperialista da Alemanha e do Império Austro-Húngaro que empurraram a Europa para a guerra.  Hoje, é a orientação imperialista do poder político russo que se recusa a reconhecer uma Ucrânia soberana, pujante e europeia”.

Segundo o Representante, “o nosso apoio à Ucrânia é absolutamente essencial: são ajudas que não podemos recusar.  Uma visão estratégica da Europa impõe-no.  Mas, sobretudo, impõe-no a luta pela nossa civilização, pelos nossos valores, pela defesa da dignidade humana, da liberdade e da democracia.  Por tudo isto estamos lá na Roménia com as nossas Forças Armadas e prestamos todo o apoio direto possível à Ucrânia”.

Está em questão, segundo o Representante da República na Madeira, “a luta pela nossa civilização, pelos nossos valores, pela defesa da dignidade humana, da liberdade e da democracia.  Por tudo isto estamos lá na Roménia com as nossas Forças Armadas e prestamos todo o apoio direto possível à Ucrânia.   O quadro internacional atual revalorizou a importância da NATO; a NATO reencontrou o seu papel e propósito.  Este “reencontro” da NATO é muito importante para o reequacionar do papel das Forças Armadas no Mundo de hoje e para a reflexão sobre o conceito estratégico de defesa nacional que as impulsiona.”

Valorização das FA

Ireneu Barreto colocou em foco, no seu discurso também a importância das Forças Armadas. “Durante longo tempo, o papel internacional das nossas Forças Armadas foi relativizado como se uma espécie de “paz perpétua” na Europa tivesse sido alcançada.  A participação externa das Forças Armadas limitava-se a missões de manutenção de paz, em diversos pontos do Globo.  Um tal ambiente, permitiu o repensar do papel doméstico das Forças Armadas.  Hoje, as Forças Armadas estão também vocacionadas para a resposta a problemas internos, designadamente em situações de emergência e calamidade.   Vimo-lo recentemente durante a pandemia, em especial na organização do processo de vacinação.  Mas as Forças Armadas têm um papel central no sistema de proteção civil, tanto a nível nacional como aqui na Região Autónoma da Madeira.  Mas esta redescoberta do papel doméstico das Forças Armadas, assim como da sua participação em forças de paz noutros territórios, sendo positiva, e mesmo imprescindível, não pode diminuir ou esquecer o seu papel central, a defesa nacional contra ameaças externas à nossa segurança e tranquilidade.  Hoje percebemos que essas ameaças eram reais, porventura tão evidentes que, ingenuamente, não as quisemos aceitar enquanto tais. Mas saibamos aproveitar estas lições.  O que exige uma reflexão sobre o modo e o ser das nossas Forças Armadas. Antes de mais, reafirme-se que às nossas Forças Armadas devemos um preito de gratidão pelo modo como cumprem as diversas missões, com dedicação e altruísmo, sendo um exemplo para todos, nomeadamente para os nossos jovens. Permitam-me focar dois aspetos que considero essenciais: a profissionalização das nossas Forças Armadas e a carreira dos nossos militares.  No que toca ao primeiro, é fundamental que todos os três ramos das Forças Armadas sejam dotados de meios operacionais adequados face às exigências internas e externas.  Sendo certo que o nosso País não é de fartos recursos e que há tanto a que responder constantemente, nem por isso se pode deixar de dotar as Forças Armadas de meios humanos e materiais para o cabal desempenho da sua função.  Aliás, bom seria que a profissão castrense tornasse a ser olhada como uma carreira apelativa, desde logo por parte daqueles que sentem esse apelo; mas também por parte de outros que aqui pudessem encontrar um futuro profissional e um acolhimento institucional reconfortantes nestes tempos de incerteza.  É aí, creio, que se joga o futuro de umas Forças Armadas que devem continuar motivadas, orgulhosas e plenamente cientes do seu papel”.