Centenas de finalistas da Escola Secundária Jaime Moniz cumpriram, hoje, a tradição da cerimónia da Bênção das Capas, na Sé Catedral, numa cerimónia presidida pelo Bispo da Diocese do Funchal, Dom Nuno Brás. Após um interregno ditado pelas restrições pandémicas, eis que os estudantes do centenário “Liceu” voltaram a fazer história, retomando a tradição da Bênção das Capas, tendo por madrinha Rita Andrade, Secretária Regional da Inclusão Social e Cidadania. Emoção e nostalgia são sempre as notas dominantes desta festa, com o “Liceu” a ser pioneiro nesta tradição que se perde na sucessão dos anos, mas sempre acarinhada por todos.
Bem pode dizer-se que tudo ajudou à festa. Nostálgicos deste evento, os estudantes e os seus familiares embelezaram o acontecimento, com os finalistas trajados a rigor, com um pé no ensino secundário que termina neste ano letivo e o outro no ensino superior. Todos a preceito, junto ao emblemático e belíssimo edifício do “Liceu”, coberto de um brilhante sol outonal, fizeram as delícias das dezenas de fotógrafos que se amontoavam para fazer o melhor registo. Muita emoção e nostalgia dominaram este acontecimento, com os familiares a somar mais o fim de um ciclo de estudos e os jovens já a dar passos largos na maturidade. Os meninos de outrora que ganharam asas e, já homens e mulheres, queimam os derradeiros momentos no ensino secundário.
As condições de segurança foram previamente garantidas pela Escola, em articulação com as autoridades de Saúde, já que todos os alunos foram testados por forma a viverem a festa com segurança.
É de recordar que a Escola Secundária Jaime Moniz foi pioneira nesta tradição da Bênção das Capas, sendo o exemplo seguido depois pelos demais estabelecimentos escolares do ensino secundário. Mediante Despacho de 09/12/1889, o Ministério do Reino, através da Direção Geral da Instrução Pública, instituiu o uso facultativo da capa e batina aos estudantes do “Liceu”. Desde então anualmente, a Bênção das Capas reveste-se de profundo significado para a instituição, finalistas e famílias. Diga-se ainda que, é uma tradição tipicamente madeirense, que não se verifica no espaço continental.
Após a cerimónia religiosa, avizinha-se uma noite bem animada, como é da praxe, com o inevitável baile de finalistas, a ter lugar nas instalações do Instituto do Vinho da Madeira.
Finalistas de há 51 anos
Também hoje, os finalistas de há 51 anos da ESJM assinalaram a efeméride, descerrando uma placa alusiva ao acontecimento, na entrada da Escola. Os estudantes de outrora, hoje figuras de renome da sociedade madeirense, reuniram-se no átrio do “Liceu” e fizeram depois um almoço de confraternização. Assim é o “Liceu”, um encontro singular de gerações que tornam esta instituição um ícone histórico na sociedade madeirense, sempre em dialética entre a tradição e a inovação.
