Para Manuel Filipe, ter conseguido obter a Junta de São Pedro, retirando-a à Coligação Confiança, é “o corolário de um trabalho de vários anos, mesmo na oposição, e em que os habitantes de São Pedro acreditam, manifestando nesta eleições o seu apoio”. Para o próximo presidente deste órgão autárquico (que assumirá o cargo no próximo dia 15) trata-se de um sinal, que aponta que o projecto Funchal Sempre a Frente mostrou-se mais credível e que os últimos anos de governação da freguesia pela Confiança não foi a melhor.

“Significa, para mim, enorme responsabilidade o facto de ter ganho estas eleições e ter merecido um largo apoio da população de São Pedro, como expressa a votação do dia 26 de Setembro”, assegurou o novo autarca ao Funchal Notícias.

Os resultados, em São Pedro, foram expressivos. O Funchal Sempre a Frente obteve 48,64%, enquanto que a Coligação Confiança ficou pelos 38,72%. O PCP-PEV obteve 4,17%, o Chega 2,9%, e o PTP 2,05%. Estavam inscritos 7371; votaram 3812.

Questionámo-lo:

FN: Em que irá diferir a sua política de actuação nesta Junta, em relação às dos seus antecessores? 

Manuel Filipe: “A nossa politica de atuação será de proximidade e de transparência. Estaremos mais próximos da população e seremos mais transparentes em tudo o que sejam apoios concedidos pela Junta de Freguesia. Nas politicas que não dependam diretamente da Junta de Freguesia (exemplo da habitação, da mobilidade, da reabilitação urbana, entre outras) iremos utilizar todo a nosso poder de negociação, diálogo e influência (que atualmente não acontecia) para podermos implementar essas politicas, ultrapassar os problemas e colocar São Pedro como sendo uma freguesia de referência no contexto regional”.

FN – Qual entende serem as suas principais prioridades?

MF- A prioridade são as pessoas e tentar solucionar os seus problemas. A área social é uma prioridade numa freguesia com uma população com uma média de idades avançada e com algumas dificuldades, a habitação é outras prioridade pois queremos atrair jovens para a freguesia, e a reabilitação urbana é outra prioridade pois temos uma baixa historia com alguns prédios devolutos. Mas não esquecemos a causa animal com a criação de parques caninos. Queremos ainda que São Pedro tenha uma forte identidade Cultural uma vez  que se trata da freguesia da Madeira com maior numero de museus e património cultural, questão que terá consequências positivas no comércio da freguesia.

FN – São Pedro é uma zona histórica que foi fortemente afectada pela crise, os incêndios e até a pandemia… Há prédios devolutos, outros para revitalizar, comércio para apoiar, etc. Sendo estas também responsabilidades da Câmara, em que medida entende que a Junta poderá concorrer para uma melhoria? 

MF – As competências das Juntas de Freguesia são limitadas, além de possuírem igualmente orçamentos limitados. Assim sendo, muita da intervenção da Junta passa por se envolver e ser parte integrante na solução que estará nas competências de outras entidades, quer seja Câmara Municipal, quer seja Governo Regional, e até em ultima instância Governo da República. Esse envolvimento activo na solução destes problemas só acontece com um forte relacionamento institucional, mas também um forte e intransigente papel reivindicativo. As Juntas são as entidades que melhor conhecem a freguesia e como tal devem estar envolvidas na operacionalização das soluções de reabilitação urbana, do apoio ao comércio, entre outras e é nesse sentido que nos propomos trabalhar logo de inicio com outras entidades”.