A conhecida escritora madeirense Ana Teresa Pereira, com uma reputação e estilo inconfundível bem firmados a nível nacional, e recentemente já publicada e traduzida além fronteiras, apresenta em Janeiro uma nova obra de ficção. Intitula-se “O Atelier de Noite” e a notícia foi divulgada hoje pela própria autora na sua página da rede social facebook.

A obra tem chancela da editora “Relógio d’Água”.

Fica aqui uma parcela do texto, em jeito de chamariz, o constante da contracapa: “Eu vejo-a sentada nas rochas, e o mar está sempre agitado, nenhum barco chegará à ilha hoje. Vejo-a a subir a escada nas rochas, o corrimão está reduzido a quase nada, alguns degraus estão reduzidos a quase nada. O terraço lá em cima está intacto, ela senta-se lá às vezes, numa cadeira de lona que já perdeu a cor, e perde-se nos seus pensamentos. As mãos abandonadas no colo, como se fosse uma mulher muito velha. Havia um homem na sua história. Claro que havia um homem na sua história. Nota-se na boca”

Nascida em 1958 no Funchal, Ana Teresa Pereira pautou sempre a sua carreira por uma extrema discrição e por uma consistência e correlação entre as diversas etapas da sua obra literária, que tem muito que ver com a sua extensa bagagem cultural e com um gosto especial pelas artes plásticas, pelo teatro e pelo cinema. Ganhou vários prémios literários ao longo do seu percurso, ao longo do qual também efectuou incursões na literatura juvenil.

O seu livro “Karen” ganhou em 2017 o prémio Oceanos de Literatura, no Brasil. Uma distinção que veio somar-se ao Grande Prémio e Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores (2011, com o “O Lago”) e ao Prémio Literário Edmundo Bettencourt, da Câmara Municipal do Funchal, que venceu duas vezes (em 2010 com “A Outra” e em 2006 com “A Neve”, que venceu então também o Prémio Máxima de Literatura).

Outros dois prémios constam do seu currículo: o Prémio Caminho de Literatura Policial, com “Matar a Imagem”, o seu primeiro romance, em 1989, e o Prémio do Pen Clube Português (ficção) com “Se Nos Encontrarmos de Novo”.