Calado foi ao Monte “esquecido pela Câmara” e falou num “Funchal parado” em “cidade sem rumo” e Governo que “não foge da Assembleia”

Calado Corujeira
Pedro Calado visitou as obras de “regularização e Canalização do Ribeiro da Corujeira – Monte, 2ª fase” mas mandou “farpas políticas” para a Câmara e para Cafôfo.

O vice presidente do Governo Regional foi hoje à Corujeira para relevar a obra do Governo Regional, mas aproveitou, também, para enviar algumas “farpas” políticas com direção, primeiro implícita e depois bem explicita, em adversários facilmente identificáveis no contexto de crispação entre poder autárquico do Funchal, liderado por Paulo Cafôfo, e o poder Regional com Miguel Albuquerque à cabeça. As eleições de 2019 estão certamente já muito presentes.

Monte esquecido. Funchal parado. Cidade turística sem rumo. Não há investimento comparativamente ao que acontecia no passado. Nem sequer as frentes mar são mantidas, temos praias fechadas, outras interditas como a do Gorgulho. “Não temos medo de dar a cara, assumimos as nossas responsabilidades e contrariamente a muitos atores políticos que andam por aí, não andamos a fugir da Assembleia Legislativa Regional com medo de responder a inquéritos e perguntas que podem ser incómodas”. Foi tudo isto o que Calado falou, hoje, numa ação pública do Governo.

Pedro Calado, com o seu colega de Governo Amílcar Gonçalves ao lado, por ter a tutela das obras públicas, revelou ainda, na visita às obras de “Regularização e Canalização do Ribeiro da Corujeira – Monte, 2ª fase”, que, desde 2015, na cidade do Funchal, “o Governo Regional já investiu um montante superior a 50 milhões de euros, na limpeza, na consolidação das escarpas, nos taludes, na Ribeira de João Gomes, Santa Luzia e São João. E foi nessa sequência que deu a mensagem com caraterísticas mais políticas: “Gerir uma cidade não é apenas fazer folclore, com festas, festins e muita palhaçada à volta. O que é importante é garantir a segurança das pessoas, agir em conformidade com aquelas que são as necessidades das populações”.

Mas Pedro Calado não se ficou por aqui, foi mais longe no que pretendia fazer passar. Agradeceu às populações a ajuda nesta obra, disse que o Governo atua em articulação direta com as pessoas, reforçou que “o Governo Regional não vai atrás de fantochadas nem de folclores, aquilo que se passou no Monte, o ano passado, obriga-nos a ter muito cuidado e muitas vezes zelar pelo bom funcionamento de uma cidade não é só fazer folhetins, com música e fantochadas, a população tem que se sentir segura”, aproveitando para lembrar os tempos em que o PSD era poder na Câmara do Funchal, precisamente onde Calado tinha o pelouro das Finanças. O agora vice lembrou esse tempo, falou que “já quando estavamos na Câmara, anterior a 2013, sempre tivermos o cuidado de ouvir a população, fazer investimento e realizar obra. Os executivos camarários anteriores a 2013 sempre apoiaram o Monte”.

E chegou o momento do seu discurso em que foi mais direto, agora sim falando mesmo da Câmara do Funchal: “Financeiramente, esta freguesia não tem vindo a contar com o apoio da Câmara. O Monte está a ser esquecido e nem pode intervir socialmente. Por isso, estamos aqui a demonstrar que o Governo Regional não esquece esta população”.

Os temporais de fevereiro de 2010 resultaram num conjunto de preocupações que visam prevenir situações idênticas e salvaguardar a segurança das populações. Nesse sentido, o Governo considerou “essencial canalizar as ribeiras com maiores caudais ao longo da ilha, protegendo desta maneira a população assim como infraestruturas marginais às ribeiras”, sendo que “a freguesia do Monte, foi uma das mais afetadas pela intempérie”.

A informação foi dada neste contexto da visita que o vice presidente do Governo Regional fez à Corujeira, dando a conhecer o andamento do projeto da “Regularização e Canalização do Ribeiro da Corujeira – Monte, 2ª fase” no concelho do Funchal. Esta obra efetua-se na linha de água existente no troço entre a Estrada Corujeira e o Caminho dos Tornos, na freguesia do Monte e vem na sequência do troço já canalizado entre o Caminho do Cabeço dos Lombos e o Caminho da Corujeira. O custo da obra ronda 1.275.000,00 € s/ iva.

Pedro Calado relevou a importância da obra que leva a segurança a casas e pessoas, sulbinhando que abrange cerca de meia centena de famílias. No caso da obra agora visitada, ao longo de toda a extensão, o desnível será vencido através da construção de travessões de regularização, de modo a manter-se inclinação do leito nos 7%, evitando-se velocidades de transporte elevadas, diminuindo o risco de erosão acentuada pelos caudais transportados e garantindo uma proteção às fundações dos muros da canalização.

Os muros de canalização serão executados em betão ciclópico utilizando 60% de betão simples de classe C25/30 e 40% de pedra, conforme o perfil que se indica nas peças desenhadas, ficando o ribeiro com uma secção de vazão mínima de 3x3m numa extensão de 430m. Em situações pontuais, junto a muros existentes de moradias, será necessário executar cerca de 35m de muros em betão armado. Os travessões, também em betão ciclópico, terão alturas variáveis entre 1,2 m e 2,6 m, dependendo dos casos, conforme se indica nas peças desenhadas.