“Esta gente não quer cometer os erros do passado”, foi assim que Cafôfo falou aos criadores de gado na Bica da Cana

PS-Madeira na Bica da Cana
Nas Tosquias da Bica da Cana, Emanuel Câmara disse que “Albuquerque anda a enganar toda a gente” e  Cafôfo lançou uma questão: “Porque é que hoje em dia não se experimenta algo nunca feito?”.

O líder do PS-Madeira e o candidato socialista à presidência do Governo Regional, nas eleições regionais de 2019, estiveram hoje juntos nas Tosquias, na Bica da Cana. Um momento para falar do gado da serra e para abordar as eleições do próximo ano.

Emanuel Câmara diz que Miguel Albuquerque, o presidente do Governo, «anda aí a querer enganar todos os madeirenses e porto-santenses, porque sabe que pode perder as eleições regionais de 2019″. Disse que “os criadores de gado são os grandes responsáveis pela prevenção das catástrofes” e constatou que, infelizmente, «quando se quis retirar o gado da serra, começou a haver muitas desgraças na nossa Região». «E essas desgraças aconteceram, porque era o próprio gado, com a ajuda dos seus pastores e dos seus criadores, que orientavam a segurança de todos os madeirenses”.

Quanto ao presidente da Câmara Municipal do Funchal, que é também candidato socialista à Quinta Vigia, também foi um dos convidados da organização, a Associação Cartilha Madeirense, para participar no certame.

Ali, perante os criadores, considerou que “o setor primário, produtivo, precisa de ter outro impulso», lançando “farpas” ao Governo de Albuquerque quando afirmou que «isto não vai lá com cheques» nem com «patinhas de porco», numa alusão aos cheques de 100 euros que o Executivo Madeirense atribuíu aos agricultores, recentemente.

Cafôfo diz que «as pessoas precisam de cheques e de dinheiro, mas precisam mais que as deixem trabalhar, que haja uma estratégia, que lhes deem formação, que lhes deem apoio, mas com sentido, porque os agricultores, os pastores e os pescadores não precisam de esmola, não precisam que lhes atirem cheques como se atira milho aos pombos. Querem ter oportunidade para mostrar aquilo que valem. Merecem respeito, é isso que nós vamos defender até às últimas consequências», fez questão de sublinhar.

Paulo Cafôfo disse que o problema é que quem governa «olha da cidade para a montanha, mas a gente tem de olhar é da montanha para a cidade, porque os problemas não estão na cidade, estão cá em cima. Os problemas estão cá em cima e os pastores podem ajudar a resolvê-los».

Cafôfo, num discurso que, neste particular, até parecia olhar as eleições do próximo ano, disse que “os pastores merecem o nosso apoio e é por isso que aqui estamos, para olhar para o futuro e respeitando o passado». E disse mais:  «Esta gente que está aqui hoje não quer cometer os erros do passado, quer olhar para o futuro e saber como fazer. A verdade é que se no passado foram cometidos erros, porque é que hoje em dia não se experimenta algo nunca feito?», questionou, recordando que se retirou o gado da serra, «mas continuaram a haver desgraças na nossa terra, continuaram a haver incêndios, continuaram a haver aluviões, continuou a morrer gente». E mais: “A culpa não é dos pastores, mas sim de quem efetivamente não toma as decisões certas”.

Nesta ação política, falou ainda a presidente da Câmara Municipal da Ponta do Sol, Célia Pessegueiro, sublinhando que «pessoas que querem continuar a trabalhar, querem ter o seu gado na serra, criar o seu gado, cuidar da sua agricultura e não querem depender do subsídio».